
Kiev, 02 jul 2025 (Lusa) – O chefe da diplomacia ucraniana, Andriy Sybiga, indicou hoje que a Rússia utilizou mais de cinco mil drones e 330 mísseis contra a Ucrânia em junho, um número que diz sobressair a necessidade de Kiev de mais defesas aéreas.
“Um número tão grande de drones, bombas e mísseis, especialmente os balísticos, demonstra a urgência de reforçar ainda mais as defesas aéreas da Ucrânia”, afirmou o chefe da diplomacia de Kiev, sublinhando aos parceiros que a única forma de terminar a guerra é pressionar a Rússia com sanções.
Sybiga apelou, numa longa mensagem na sua conta na rede social X, aos aliados da Ucrânia para continuarem a investir na sua indústria de armamento, que, além das suas próprias capacidades, precisa de todo o apoio possível devido à “magnitude do terrorismo” da Rússia.
“Esta escala massiva de terrorismo demonstra a rejeição flagrante da Rússia aos esforços de paz liderados pelos Estados Unidos e o seu apelo para pôr fim aos assassínios como um primeiro passo em direção a uma solução pacífica”, defendeu.
O ministro ucraniano lamentou que os “ataques russos incessantes” sejam dirigidos sobretudo contra instalações civis, incluindo escolas, hospitais e áreas residenciais, fazendo eco de um relatório das Nações Unidas que afirma que as vítimas civis aumentaram 37% nos últimos seis meses.
“Agora não é tempo de decisões fracas. É tempo de demonstrar força e enviar os sinais certos para Moscovo”, disse ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que Washington e Kiev estão a esclarecer a ajuda militar norte-americana, após o anúncio de que os Estados Unidos deixaram de fornecer determinadas armas.
“A Ucrânia e os Estados Unidos estão a esclarecer todos os pormenores relativos ao fornecimento de apoio à defesa, incluindo componentes de defesa aérea”, disse Zelensky no seu discurso diário.
Por seu lado, Andriy Sybiga referiu que a Ucrânia está pronta para “comprar ou alugar” defesas antiaéreas para fazer face ao “grande número de drones, bombas e mísseis” lançados pela Rússia contra o país.
O secretário de Estado da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, autorizou uma pausa nos fornecimentos à Ucrânia “para dar prioridade aos interesses dos Estados Unidos”, confirmaram à CNN altos responsáveis da Casa Branca.
Os fornecimentos suspensos, que tinham sido prometidos pela anterior administração norte-americana, liderada pelo democrata Joe Biden, incluem intercetores para os sistemas de defesa aérea Patriot, projéteis de artilharia guiados com precisão e mísseis que a força aérea ucraniana dispara a partir de aviões F-16 fabricados nos Estados Unidos.
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