Kiev anuncia nova troca de prisioneiros com a Rússia

Kiev, 15 nov 2025 (Lusa) — As autoridades ucranianas anunciaram hoje que acertaram com a Rússia o reatamento dos Acordos de Istambul, ao abrigo do qual esperam o regresso de 1.200 prisioneiros a libertar por Moscovo.

O anúncio foi feito na rede social Telegram pelo secretário do Conselho de Defesa Nacional da Ucrânia, Rustem Umerov.

“Em nome do Presidente da Ucrânia, realizei recentemente consultas, mediadas por parceiros na Turquia e nos Emirados Árabes Unidos, sobre a retoma do processo de troca e libertação dos nossos cidadãos mantidos em cativeiro pela Rússia”, disse Umerov, citado pela agência Ukrinform.

Como resultado, “as partes concordaram em ativar os Acordos de Istambul”, acrescentou, referindo-se às negociações ocorridas na cidade turca durante o último ano entre Kiev e Moscovo sobre o conflito iniciado com a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Ao todo, o acordo prevê 1.200 prisioneiros ucranianos, segundo o ex-ministro da Defesa, sem referir o número de russos a libertar pela Ucrânia, embora, à semelhança de trocas anteriores, se presuma que seja o mesmo.

Umerov referiu que ainda serão realizadas consultas técnicas em breve, com o objetivo de finalizar todos os detalhes processuais e organizacionais.

“Estamos a trabalhar sem parar para que os ucranianos que regressarão do cativeiro possam celebrar o Ano Novo e o Natal em casa, à mesa da família e com os seus entes queridos”, disse ainda o conselheiro de defesa nacional.

As duas partes trocaram milhares de prisioneiros este ano, em conformidade com os acordos assinados durante três rondas de negociações em Istambul, sendo o único resultado concreto dessas reuniões.

Apesar dos esforços liderados pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a Rússia não desiste da anexação das quatro províncias ucranianas que ocupa parcialmente, a somar à península da Crimeia, e exige que Kiev abdique dos seus planos de reforço militar e da adesão à NATO.

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que não tenciona ceder o seu território, estando a enfrentar uma intensificação nas últimas semanas das operações militares russas e bombardeamentos de saturação contra as suas infraestruturas energéticas.

No seguimento do que foi interpretado como uma falta de desejo de negociar por parte do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, os Estados Unidos impuseram sanções contra as duas maiores petrolíferas russas e suspenderam um encontro de alto nível entre os líderes da Casa Branca e do Kremlin, que deveria ser realizado em Budapeste, embora nunca tenha tido uma data marcada.

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