Joaquim Chissano elogia resultados na diplomacia do atual PR moçambicano

Maputo, 20 nov 2025 (Lusa) – O antigo Presidente de Moçambique Joaquim Chissano elogiou hoje os resultados “excelentes”, em menos de um ano, conseguidos no campo diplomático pelo atual chefe de Estado, Daniel Chapo.

 “Merece a minha vénia e mais alta honra por nos ter brindado com excelentes resultados no campo diplomático em tão pouco espaço de tempo”, disse antigo chefe de Estado moçambicano sobre Daniel Chapo, após receber o título de doutor ‘honoris causa’ em diplomacia e resolução de conflitos, pela Universidade Joaquim Chissano, em Maputo.

Daniel Chapo tomou posse como Presidente em 15 de janeiro deste ano, após eleições cujo resultado levou a agitação social com manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nunca reconheceu os resultados. 

Para Chissano, Presidente moçambicano de 1986 a 2005, e que antes foi o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros do país após a independência, a atividade diplomática acompanhou a vida de Moçambique, desde o processo negocial para o nascimento do Estado, durante a discussão dos acordos de Lusaka, sobre a proclamação da independência, em 25 de junho de 1975, entre o Estado português e a Frelimo.

“A diplomacia ajudou a trazer soluções para os problemas de crise alimentar e de insegurança vivida em Moçambique. Atualmente, a diplomacia tem contribuído na busca de soluções contra a crise ambiental em que vivemos, assim como na busca de soluções para o desenvolvimento económico e social”, referiu Chissano, 86 anos.

Só nas últimas semanas, Daniel Chapo viu a TotalEnergies levantar a cláusula de ‘força maior’ do megaprojeto de gás em Cabo Delgado, suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas naquela província do norte, e já hoje foi a vez da ExxonMobil anunciar decisão idêntica, menos de um mês de o chefe de Estado ter estado na sede da petrolífera, em Houston, Estados Unidos. Estes dois projetos representam investimentos de 50 mil milhões de dólares (43,3 mil milhões de euros), permitindo colocar o país entre os principais produtores de gás natural até 2030.

O título outorgado hoje ao antigo chefe de Estado, no âmbito dos 50 anos da independência de Moçambique e destacando a diplomacia do país e do ex-Presidente, o décimo que já recebeu, foi proposto pela Escola Superior de relações Internacionais, unidade da Universidade Joaquim Chissano (UJC).

Para o reitor da Universidade Pedagógica de Maputo (UPM), Jorge Ferrão, Joaquim Chissano é uma figura que estará sempre presente na história de Moçambique pelo seu contributo na descentralização do ensino superior. 

“Joaquim Chissano estará inscrito na história de Moçambique por descentralizar o ensino superior para todas as províncias do país”, disse Ferrão, durante a atribuição do título. 

Segundo o responsável, também antigo ministro da Educação (2015-2016), a visão do ensino de antigo dirigente surge como sendo a “chave” para a ‘práxis’ da mudança estrutural na década de 1990 no país, época marcada por uma guerra civil.

Para o reitor, a Universidade Joaquim Chissano e a Universidade Pedagógica de Moçambique foram “produto e fruto” do seu trabalho e pensamento: “O professor Carlos Machili, antigo reitor da Universidade Pedagógica, incorporou muito bem a sua visão de descentralização do ensino superior no sentido de um mecanismo político de eliminação das assimetrias históricas”.

 

SYCO (LCE) // ANP

Lusa/Fim