J.D. Vance descarta tropas dos EUA na Faixa de Gaza e ultimato ao Hamas

Jerusalém, Israel, 21 out 2025 (Lusa) – O vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, descartou hoje o destacamento de tropas dos EUA para a Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que afastou estabelecer um prazo para a desmilitarização do grupo palestiniano Hamas.

O dirigente norte-americano indicou, em conferência de imprensa no início de uma visita a Israel, que, em alternativa, as forças dos Estados Unidos podem dedicar-se a “uma coordenação útil”, no âmbito do plano para o fim das hostilidades no enclave palestiniano.

“Como se consegue a presença dos Estados do Golfo, além de Israel, além dos turcos e dos indonésios? Como se faz para que estas pessoas trabalhem em conjunto para alcançar uma paz duradoura? Os únicos mediadores são os Estados Unidos”, defendeu J.D. Vance, em declarações no Centro de Coordenação Civil-Militar, no sul do território israelita.

A visita do vice-presidente norte-americano ocorre num momento em que se cumpre o 11.º dia de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, no âmbito de um plano desenvolvido pelos Estados Unidos, com apoio dos restantes mediadores internacionais, Egito e Qatar, e de vários países árabes.

Na sua primeira fase, que está em vigor, o plano prevê a troca de reféns em posse do Hamas por prisioneiros palestinianos, a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.

A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita da Faixa de Gaza e o desarmamento do Hamas, apesar da resistência do grupo islamita palestiniano a este respeito.

Nas suas declarações, Vance afastou, porém, que Washington tenha estabelecido um prazo para o desarmamento do Hamas, ou que tencione dirigir-lhe um ultimato.

“O Hamas deve cumprir o acordo, e, se o Hamas não o cumprir, coisas muito más vão acontecer. Mas não farei o que o Presidente dos Estados Unidos [Donald Trump] se recusou a fazer até agora, que é estabelecer um prazo explícito, porque […] estas coisas são difíceis”, observou.

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