Instituto alerta para riscos sanitários na ilha de São Vicente após tempestade

Praia, 19 ago 2025 (Lusa) — O Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) de Cabo Verde alertou hoje para os riscos sanitários na ilha de São Vicente e defendeu mais apoios externos e reforço da resposta após a tempestade que provocou nove mortos.

“Há ainda muito por fazer, sobretudo pela Câmara Municipal e outras instituições. Se calhar, há que buscar mais apoios externos para dar resposta às necessidades de controlar potenciais problemas de saúde pública”, afirmou a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, citada pela Rádio de Cabo Verde (RCV).

A responsável apontou os esgotos a céu aberto e água estagnada como potenciais focos de mosquitos e risco de doenças graves, e destacou a necessidade de reforçar o saneamento, incluindo a gestão de resíduos domésticos e hospitalares.

Sublinhou ainda a importância da adesão da população às medidas de prevenção.

“Há uma movimentação de pessoas a ajudar nas limpezas, mas temos que ter um movimento a favor da saúde, em termos de comportamentos mais saudáveis, para evitar doenças, físicas e mentais”, disse, recomendando cuidados básicos, como o consumo de água potável e a lavagem frequente das mãos.

À Lusa, moradores em São Vicente admitiram o receio de contrair doenças devido à acumulação de lixo e de água nas ruas após a tempestade.

As cheias, ocorridas há uma semana, deixaram bairros inundados, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afetaram o abastecimento de energia e provocaram nove mortos. Uma pessoa continua desaparecida.

O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau e aprovou um plano estratégico de resposta que contempla apoios de emergência às famílias e às atividades económicas, com linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido.

Para financiar as medidas, serão mobilizados recursos do Fundo Nacional de Emergência e do Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019 para responder a catástrofes naturais e choques externos.

Um navio da Marinha portuguesa atracou em São Vicente com 56 militares, equipamentos para remoção de escombros, uma dessalinizadora para o hospital, ‘drones’ para recolha de imagens aéreas e mergulhadores, para apoiar a população.

 

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