Inês de Sousa Real apela a diálogo entre partidos “democráticos” face a ameaça a direitos humanos

Coimbra, 20 dez 2025 (Lusa) – A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, defendeu hoje que o mundo enfrenta uma ameaça que deve convocar ao diálogo entre todos os partidos do “espectro democrático” para que não haja recuos nos direitos humanos.

“Basta olharmos para Trump, para a China de Xi Jinping ou até mesmo para o presidente Putin, para percebermos que, efetivamente, temos hoje uma ameaça global que nos tem que convocar todos os partidos do espectro democrático para fazer este diálogo”, apelou, no discurso de encerramento do nono Congresso do PAN, no qual foi reeleita com quase todos os votos dos delegados.

A líder do PAN enumerou, como exemplos desse diálogo, a presença do partido em coligações autárquicas nos concelhos de Sintra e Coimbra, acrescentando que quer dar continuidade a “esse trabalho para que não haja um passo atrás nos direitos humanos” e nas causas do partido.

Num discurso em que começou por saudar a lista opositora, que esteve ausente, e enfatizou que “em democracia é bom que existam diferentes visões”, Sousa Real afirmou que, neste Congresso, começou um “novo ciclo do PAN” e um “novo ciclo político para o país”.

A líder do PAN definiu ainda como principais desafios dos últimos anos à frente do partido a instabilidade política, que levou as suas direções a enfrentar já sete atos eleitorais, mais eleições do que “qualquer outra liderança do PAN ou de outros partidos”, e os conflitos internacionais, nomeadamente na Palestina e na Ucrânia, e os seus impactos na economia

“O PAN tem dado resposta também a essas preocupações, evidentemente dando o seu cunho de sustentabilidade , de justiça e de progresso económico, estando aliado o progresso social e ambiental, que não deve nem pode ficar por atrás”, frisou.

Sousa Real referiu que a “crise climática não desapareceu do pano do fundo” e, pelo contrário, “continua a agravar-se”, pedindo que se recorra aos fundos comunitários para que haja uma “transição climática feita de forma sustentável” e que o “novo verde não é o problema de amanhã”, referindo-se, por exemplo, ao impacto ambiental negativo de grandes centrais fotovoltaicas.

A líder do PAN anunciou também que o partido vai lançar uma campanha nas redes sociais pelos “direitos pessoais na era digital”, justificando que não é possível “continuar a ter meninas e mulheres a ver expostas as suas imagens de cariz sexual de forma não consentida na internet”.

Inês de Sousa Real reiterou ainda que o “grande fator de insegurança nacional não é, como querem fazer crer, a imigração”, mas sim a violência doméstica, apelando aos restantes partidos representados na Assembleia da República que acompanhem o Compromisso Violeta, o conjunto de iniciativas do PAN.

No mesmo discurso, a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza abordou também as presidenciais de janeiro, insistindo que, numa eventual segunda volta, o partido “vai ter, muito em breve, novos desafios e novas reflexões, porque o país precisa de jogar as presidenciais no campo democrático e não no campo do populismo”.

“Os portugueses lá fora sabem que contam com o PAN para continuar a dar cartas e a ser uma força política extremamente útil à sociedade naquilo que é dar resposta às suas preocupações reais”, concluiu.

Inês de Sousa Real foi hoje reeleita para um terceiro mandato como porta-voz do PAN, com 69 dos 72 votos dos delegados, conquistando todos os lugares da direção.

Em 72 votos possíveis (número de delegados presentes), a lista B, “Em frente pelas causas”, conseguiu 69 votos (95,3 %) e a lista A, “Transformar para Crescer”, que esteve ausente em protesto, teve apenas um voto (1,38%). Houve ainda dois votos brancos.

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