Indianos vão às urnas para segunda fase das eleições gerais

Nova Deli, 26 abr 2024 (Lusa) – A segunda fase das eleições gerais na Índia realiza-se hoje e milhões de eleitores são esperados nas assembleias de voto, quando parte do país passa por uma onda de calor.

É esperado que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o seu partido (BJP, nacionalista hindu) vençam estas eleições, que se prolongarão por seis semanas.

Na semana passada, a participação na primeira fase da votação ficou em 66%, registando uma queda quase quatro pontos em comparação com as eleições de 2019. A imprensa indiana atribuiu essa descida no comparecimento dos eleitores às temperaturas acima da média no país.

Pouco antes da reabertura das assembleias de voto, Modi apelou hoje aos eleitores que participassem no pleito, para que fossem atingidos “números recordes”.

“A elevada participação eleitoral fortalece a nossa democracia. O seu voto é a sua voz!”, afirmou Modi na rede social X.

A segunda etapa da votação, que conta no total com sete etapas para facilitar a logística de eleição da nação mais populosa do mundo, acontece em regiões que registaram temperaturas acima de 40 graus Celsius esta semana.

Os serviços meteorológicos indianos disseram, na quinta-feira, que são esperadas ondas de calor intensas ao longo do fim de semana em vários estados, incluindo o estado oriental de Bihar, onde os habitantes de cinco distritos votarão hoje.

Temperaturas acima da média sazonal, mais de 5,1 graus Celsius, foram registadas na zona esta semana,

O estado de Karnataka (sul) e partes de Uttar Pradesh (norte), o estado mais populoso da Índia e o coração da religião hindu, também deverão votar durante a onda de calor.

Modi, de 73 anos, ainda é muito popular depois de dois mandatos, durante os quais a Índia aumentou a sua influência diplomática e o seu peso económico. Os analistas políticos já lhe deram a vitória contra uma coligação de partidos da oposição.

No início desta semana, a Comissão Eleitoral da Índia disse que formou uma força-tarefa para examinar o impacto da onda de calor e da humidade antes de cada etapa da votação.

Segundo o jornal The Hindu, esta decisão foi tomada porque “as condições da onda de calor podem ter levado a uma queda na participação eleitoral”.

Num comunicado de imprensa publicado na segunda-feira, a comissão indicou que “não tinha grandes preocupações” sobre as consequências das altas temperaturas na votação de hoje, garantindo ao mesmo tempo que estava a vigiar de perto os relatórios meteorológicos.

Uma onda de calor excecional afetou o sul e o sudeste asiático, especialmente Filipinas e Bangladesh, onde milhares de escolas suspenderam as aulas.

No estado indiano de Maharashtra, o calor provocou o desmaio do ministro das Estradas, Nitin Gadkari, na quarta-feira, enquanto pedia votos para o BJP num comício eleitoral.

Segundo investigações científicas, as ondas de calor são mais longas, mais frequentes e mais intensas devido ao aquecimento global.

O eleitorado do principal líder da oposição da Índia, Rahul Gandhi, do Partido do Congresso, vota hoje.

Gandhi, de 53 anos, luta para manter a sua cadeira no estado de Kerala, no sul do país, um reduto dos opositores do BJP.

“É dever de todo cidadão tornar-se um soldado da Constituição, sair de casa hoje e votar para proteger a democracia”, escreveu Gandhi na rede social X.

No total, 968 milhões de indianos vão às urnas para eleger os 543 membros da Câmara Baixa, mais do que a população total dos Estados Unidos, da União Europeia e da Rússia juntas.

Os votos de todo o país serão contados em 04 de junho. Os resultados geralmente são anunciados no mesmo dia.

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