
Lisboa, 11 set 2025 (Lusa) — O inspetor-geral da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) disse hoje que a entidade tem “alguma mágoa” por não ter sido integrada na reforma do Ministério das Finanças, que atribuiu suplementos remuneratórios de até 25% aos trabalhadores.
Questionado sobre a matéria no Parlamento, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, António Ferreira dos Santos disse que “a IGF tem alguma mágoa”.
“O Ministério das Finanças fez uma reforma e a IGF ficou de fora dessa reforma”, indicou, explicando que a justificação dada está relacionada com as outras inspeções-gerais, que atuam em áreas fora das Finanças.
“Estamos pacientemente a aguardar a reforma das funções inspetivas. Neste momento, sentimos com alguma mágoa e temos tido dificuldade de explicar isto aos nossos recursos humanos”, disse, indicando que a IGF tem contratado, mas que mesmo novas contratações já têm saído, “porque há não sei quantas entidades que pagam melhor”.
“Temos tido essas dificuldades e tem sido difícil dizer aos nossos recursos humanos porque é que ficamos de fora desta reforma”, disse, indicando que há expectativa de que esta questão “se resolva rapidamente porque de facto tem prejudicado o nosso ambiente interno”.
Na audição, António Ferreira dos Santos deu conta de que à data de hoje a entidade dispõe de 190 pessoas, entre dirigentes e trabalhadores, “estando confirmada a entrada 22 novos inspetores em 01 outubro”, o que “compara com 133 no final de 2020” quando entrou em funções esta direção, num “acréscimo de quase 60% em cinco anos”.
No ano passado, a IGF levou a cabo 338 ações, auditou 202 entidades e produziu 143 relatórios, tendo auditado um universo de 26 mil milhões de euros, além de cinco mil milhões de euros em fundos europeus, de acordo com dados revelados na audição.
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