Guerra comercial: EUA avançam com tarifas sobre produtos canadianos

Foto: Facebook The City of Cornwall

Os presidentes de câmara canadianos de cidades e vilas próximas da fronteira com os Estados Unidos da América (EUA) criaram uma nova parceria sob a forma da Border Mayors Alliance. Esta iniciativa surge como resposta às ameaças tarifárias de Donald Trump, uma vez que os municípios não têm os mesmos poderes que os líderes provinciais e o Governo federal para reagir.

Após um adiamento de 30 dias, Trump decidiu impôr as tarifas no dia 4 de março. À hora do fecho desta peça, Donald Trump confirmou que as tarifas iam mesmo avançar na terça-feira, não dando sinais de que recuaria novamente.

Num comunicado divulgado a 27 de janeiro, a autarquia de Cornwall anunciou que o presidente da Câmara Municipal, Justin Towndale, estava a criar uma aliança com outros líderes municipais e legisladores do outro lado da fronteira entre o Canadá e os EUA, num esforço para encontrar uma forma de fazer valer um ponto de vista municipal.

No início de fevereiro, Trump adiou a aplicação das tarifas por 30 dias, após duas chamadas telefónicas entre o primeiro-ministro Justin Trudeau e o presidente dos EUA, bem como uma promessa canadiana de introduzir novas medidas de segurança na fronteira.

Desde que as tarifas foram anunciadas, o Governo federal reagiu com a imposição de uma tarifa retaliatória de 25% sobre produtos americanos, como cerveja, vinho, fruta, sumos de fruta, legumes, eletrodomésticos, mobiliário, artigos desportivos, madeira e plástico.

A nível provincial, algumas províncias também se pronunciaram a favor das tarifas retaliatórias. Ontário, Nova Scotia, Ilha do Príncipe Eduardo, Newfoundland and Labrador, Quebec, Manitoba e British Columbia (B.C.) anunciaram a retirada de bebidas alcoólicas dos seus estabelecimentos de venda.

Em Ontário, Doug Ford anunciou ainda o cancelamento de um acordo de 100 milhões de dólares com a Starlink, de Elon Musk.

Em Nova Scotia, Tim Houston determinou a limitação do acesso das empresas americanas a contratos públicos provinciais, bem como a duplicação das portagens para veículos comerciais provenientes dos EUA.

Ao contrário dos seus homólogos, a premier de Alberta, Danielle Smith, opôs-se a qualquer ação de retaliação em relação às tarifas aduaneiras e, em vez disso, defendeu o que chamou de abordagem diplomática.