Governo timorense aprova mais de 50 ME de despesa no setor petrolífero

Díli, 17 dez 2025 (Lusa) — O Governo de Timor-Leste aprovou hoje, em reunião do Conselho de Ministros, uma despesa superior a 60 milhões de dólares (51 milhões de euros) para desenvolver o setor petrolífero e a infraestrutura energética na costa sul.

Para o desenvolvimento do campo de gás Greater Sunrise foram autorizadas as despesas para a realização de estudos geotécnicos destinados ao gasoduto do Greater Sunrise e do Bayu Udan.

Os estudos vão decorrer até 2027 e correspondem a cerca de 36 milhões de dólares (30,7 milhões de euros) e 12,9 milhões de dólares (cerca de 11 milhões de euros).

Em relação ao desenvolvimento da infraestrutura energética no sul do país, o projeto Tasi Mane, o Governo autorizou uma despesa de 13,5 milhões de dólares (cerca de 11,5 milhões de euros) para reabilitar um troço de autoestrada e a construção de duas passagens subterrâneas.

Localizado no Mar de Timor, a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o Greater Sunrise, composto pelos campos Sunrise e Troubadour, é uma das maiores reservas de recursos naturais ainda por explorar na região e representa para os timorenses um grande potencial económico.

A exploração tem estado envolta num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.

O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás (10,00%).

O impasse levou a ‘joint venture’ a solicitar um estudo conceptual elaborado pela empresa britânica Wood, que confirmou que a viabilidade do desenvolvimento do Greater Sunrise em Timor-Leste.

“A opção Gás Natural Liquefeito de Timor-Leste [TLNG, sigla em inglês] destaca-se por prever menores custos operacionais e, ao permitir melhores retornos gerais diretos e indiretos para Timor-Leste, criará um grande impacto socioeconómico no país”, refere o Governo timorense.

O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.

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