
São Vicente, Cabo Verde, 19 set 2025 (Lusa) – O Governo de Cabo Verde apresentou hoje um plano de intervenções após as enxurradas de 11 de agosto, que mataram nove pessoas, na ilha de São Vicente, numa tempestade que também afetou Santo Antão e São Nicolau.
A lista de obras, publicada na quinta-feira em Boletim Oficial, foi hoje apresentada pelo ministro das Infraestruturas, Vítor Coutinho, e inclui trabalhos de emergência e recuperação de infraestruturas orçados em 3,8 mil milhões de escudos (34 milhões de euros).
“Entre os danos mais relevantes destacam-se os registados nas redes de estradas, redes de eletricidade, água e saneamento”, lê-se na resolução oficial.
Os trabalhos devem arrancar de imediato e a execução de algumas das obras deve prolongar-se até ao próximo ano.
Apesar de a quase totalidade das verbas ser destinada a São Vicente, são também contempladas as ilhas de Santo Antão e de São Nicolau, igualmente afetadas pela tempestade tropical.
Além de obras de emergência, o plano prevê intervenções de médio e longo prazo em “infraestruturas de resiliência” que serão “objeto de estudo técnico prévio” para criar sistemas de drenagem pluvial, controlo de cheias e gestão integrada de bacias, além de redes de serviços básicos mais resistentes à chuva.
“Deve ser submetido à apreciação do Conselho de Ministros um relatório trimestral sobre a execução das ações”, determina a resolução,
As cheias de 11 de agosto atingiram bairros, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afetaram o abastecimento de energia e provocaram nove mortos, na ilha de São Vicente, havendo ainda duas pessoas desaparecidas.
Nas ilhas de Santo Antão e São Nicolau, a tempestade também provocou inundações, derrocadas e destruição de infraestruturas.
O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, aprovando um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e às atividades económicas, através de linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência.
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