
Tete, Moçambique, 03 set 2025 (Lusa) – A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, pediu medidas exemplares contra polícias que alegadamente assassinaram a tiro uma criança e condenou o linchamento de um dos agentes envolvidos, considerando que se podia ter evitado as duas mortes.
“Exortamos as autoridades para que tomem medidas exemplares para que esses atos, esse tipo da atuação da nossa polícia não se repita, porque o uso de arma de fogo é num momento extremo e devem existir fundamentos”, disse o secretário-geral da Frelimo, Chakil Aboobakar, citado hoje pela comunicação social.
Um agente da polícia moçambicana foi linchado por populares, na segunda-feira, após a morte de uma criança a tiro durante perseguição na província de Maputo, sul de Moçambique, causando agitação social, com viaturas queimadas e bloqueio da Estrada Nacional 1, principal via terrestre do país, anunciou o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), em comunicado.
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da Frelimo disse que o carro que foi perseguido pelas autoridades policiais não colocava em causa a segurança do Estado moçambicano, referindo que deviam ter sido tomadas “medidas menos excessivas”.
Na mesma intervenção, Aboobakar condenou o linchamento por populares de um dos polícias envolvido na perseguição.
“Acho que houve excesso de zelo da polícia, por isso condenamos e nos solidarizamos com a família do menor que perdeu a vida, mas também desaconselhamos, desencorajamos e condenamos a ação da população por ter reagido na mesma medida e podia se ter evitado essas duas mortes”, disse.
Em causa estão quatro agentes da polícia que alegadamente mataram a tiro uma criança de 12 anos, na província de Maputo, durante uma perseguição, usando um carro particular, à viatura em que o menor seguia com os seus pais para a província de Manica, no centro de Moçambique.
A polícia moçambicana avançou no mesmo dia que foi instaurado um processo disciplinar contra os agentes “com vista à sua expulsão”, enquanto decorrem outras diligências para a responsabilização criminal dos polícias.
O Comando-Geral da PRM lamentou as mortes da criança e do agente da corporação, enquanto pede que a sociedade moçambicana não se paute pela justiça “pelas próprias mãos, independentemente das circunstâncias”.
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