
Paris, 01 jul 2025 (Lusa) — A França está a viver hoje o pico da onda de calor que afeta amplas zonas da Europa, com temperaturas que ultrapassaram os 41 graus em diferentes pontos do país e só devem normalizar na quinta-feira.
A temperatura mais alta registada foi de 41,5ºC (graus Celsius) em Durban-Corbières (sul), enquanto em Nimes (sul) foram 39,8ºC e em Avignon (sudeste) 38,8ºC.
Os serviços meteorológicos franceses estabeleceram uma vigilância especial em 84 departamentos do país, e 16 deles, que hoje estão em alerta vermelho, vão manter esse nível na quarta-feira, que será “ainda extremamente quente do centro ao nordeste”, com 68 departamentos em alerta laranja.
“O calor escaldante continua a estender-se do centro do país até ao nordeste, com valores entre os 36 e os 40 graus à sombra”, previu a agência estatal Météo-France, referindo que as temperaturas devem começar a baixar a oeste do país e será preciso esperar até quinta-feira para que as temperaturas voltem ao normal.
Entre as zonas em alerta vermelho está Paris, onde os termómetros atingiram os 38ºC hoje.
A Câmara Municipal de Paris ativou o nível mais elevado do plano contra ondas de calor, que deixa piscinas abertas até às 22:00 (21:00 de Lisboa) e 21 parques da cidade vão estar abertos durante toda a noite, entre outras medidas.
A Torre Eiffel também foi afetada pela onda de calor, já que durante a tarde foi decidido o encerramento do seu último andar — o terceiro nível, situado a 276 metros de altura — às visitas até quinta-feira.
Nos corredores do metropolitano parisiense, foram distribuídas cerca de 30.000 garrafas de água aos passageiros, disse a empresa gestora ao canal de televisão BFMTV.
Por todo o país, trabalhadores, estudantes e turistas procuraram sombras e formas e se hidratarem, com as autoridades a desaconselhar banhos em rios, pelo risco de afogamento e por questões da qualidade da água.
Só a partir de 05 de julho e até ao final de agosto será possível nadar em alguns pontos do rio Sena, que foi limpo para a realização dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.
O Ministério da Educação francês indicou que cerca de 1.900 escolas públicas fecharam em todo o país devido às altas temperaturas no interior.
O Governo ativou uma série de medidas para a proteção dos trabalhadores, especialmente a adaptação dos horários e a suspensão das tarefas mais penosas, anunciou o primeiro-ministro francês, François Bayrou.
Numa visita ao Centro Operacional Interministerial de Gestão de Crises (COGIC) com a ministra da Saúde, Catherine Vautrin, e o ministro do Interior, Bruno Retailleau, Bayrou explicou que, apesar da intensa onda de calor, “por enquanto, há apenas um ligeiro aumento dos casos de urgências” hospitalares.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou na rede social X as recomendações de proteção a todos os cidadãos e pediu que se protejam especialmente “os mais frágeis” e atenção às necessidades de familiares, vizinhos ou colegas de trabalho.
As previsões apontaram que esta onda de calor, que começou a atingir a França no sábado, começará a enfraquecer na quarta-feira, quando uma massa de ar mais fresco começará a entrar do Atlântico pelo noroeste.
Por outro lado, a temperatura média da superfície do mar Mediterrâneo bateu hoje um recorde para um mês de junho chegando a 26,04ºC (graus Celsius), de acordo com análises realizadas pela Météo France, com base em dados do programa europeu Copernicus.
“Em comparação com a média entre 1991 e 2020, isso representa uma anomalia de +1,9°C, com anomalias locais no noroeste do Mediterrâneo que chegam a +5°C”, disseram fontes da Météo France.
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