
Lima 14 dez 2025 – O chefe da diplomacia do Peru, Hugo de Zela, anunciou que os Estados Unidos notificaram o Congresso peruano sobre a intenção de atribuírem ao país o estatuto de aliado principal não-membro da NATO.
A designação, atribuída por Washington a vários países fora da Aliança Atlântica, implica o estreitatamento das relações em matéria de defesa e questões financeiras entre os dois países.
“O Presidente dos Estados Unidos tem que seguir um procedimento para designar [o Peru como aliado principal não-membro da NATO], que é notificar o Congresso com pelo menos 30 dias de antecedência. Foi exatamente isso que aconteceu. Eles já fizeram essa notificação”, afirmou De Zela, em declarações recolhidas pela emissora peruana RPP e citadas pela agência Europa Press.
O ministro peruano dos Negócios Estrangeiros adiantou que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, lhe comunicou a intenção de Washington dar novo passo, numa recente reunião bilateral que mantiveram há alguns dias.
De Zela sublinhou que a aliança facilitará o “desenvolvimento conjunto de projetos de pesquisa, equipamentos e munições” e o “financiamento militar estrangeiro”, atribuindo ao Peru uma “posição privilegiada de cooperação e facilidades” destinadas às Forças Armadas do país “em termos de cooperação militar com os Estados Unidos”.
“É um gesto político para declarar que o Peru é um país confiável em questões de segurança e defesa”, afirmou.
O responsável disse ainda que o seu homólogo norte-americano visitará o Peru nos próximos meses.
“Ainda não tenho uma data precisa para a visita de Marco Rubio, mas provavelmente será entre fevereiro e março. Ainda não nos deram uma data exata. Ele tem o maior interesse em vir ao nosso país”, declarou De Zela.
Os Estados Unidos designaram até à data duas dezenas de aliados principais não-membros da NATO (MNNA, na sigla em inglês), incluindo Japão, Coreia do Sul, Austrália, Israel, Egito, Jordânia, Filipinas, Tailândia, Kuwait, Catar, Bahrein, Marrocos, Tunísia, Quénia, Brasil, Colômbia, Argentina, Nova Zelândia, Paquistão e, mais recentemente, Arábia Saudita.
Estes países obtêm benefícios de defesa, como acesso prioritário a armamento, entre outros, mas não são abrangidos pelo Tratado do Atlântico Norte, ainda que sejam considerados parceiros de segurança importantes, como é o caso de Taiwan, tratado como dos países acima, ainda que não seja oficialmente reconhecido como estado.
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