Eslováquia pede a Kiev ajuda para suprir falta de 150 mil trabalhadores

Bratislava, 17 out 2025 (Lusa) — O Governo da Eslováquia pediu à Ucrânia cooperação para colmatar a escassez de mão-de-obra qualificada, no dia em que aprovou um pacote de ajuda às infraestruturas energéticas ucranianas, alvo de ataques da Rússia, foi hoje divulgado.

“A nossa indústria precisa de 100.000 a 150.000 trabalhadores qualificados, e é muito difícil procurar cooperação com países com barreiras linguísticas”, explicou o primeiro-ministro eslovaco, Roberto Fico, durante uma reunião com a homóloga ucraniana, Yulia Svyrydenko.

O chefe do Governo eslovaco propôs uma “parceria estratégica” com Kiev, com vista à criação de um “quadro institucional e jurídico” que permita o recrutamento de trabalhadores ucranianos.

“Estamos a enfrentar taxas de desemprego historicamente baixas e posso dizer que todos os que querem trabalhar têm emprego”, acrescentou o primeiro-ministro eslovaco.

De acordo com o Ministério do Trabalho eslovaco, a taxa de desemprego no país situou-se em 5,3% no segundo trimestre de 2025, um dos níveis mais baixos da última década.

A Eslováquia acolhe atualmente cerca de 145.000 refugiados ucranianos que fugiram da invasão russa, representando 2,67% da população, segundo um consórcio de organizações não-governamentais que trabalham com migrantes.

Também hoje o Governo eslovaco aprovou a entrega de um pacote adicional de ajuda às infraestruturas energéticas da Ucrânia, atingidas pelos ataques russos durante a guerra em curso, num gesto que une Kiev e Bratislava, que já avisou que o seu apoio será exclusivamente humanitário.

No encontro com Fico, Yulia Sviridenko expressou a sua gratidão pelo gesto das autoridades eslovacas, que são criticadas no seio da Europa devido à sua proximidade com as autoridades de Moscovo, juntamente com a Hungria.

Num comunicado posterior, as autoridades ucranianas especificaram que o pacote de ajuda eslovaco para fortalecer o setor energético da Ucrânia está avaliado em 500.000 euros. Também foi anunciado que uma verba de 300.000 euros será canalizada para a renovação de escolas e abrigos em centros educativos localizados perto das linhas da frente.

Durante a reunião, Fico apoiou as aspirações pró-europeias da Ucrânia.

“Será benéfico para a estabilidade da região e para as nossas relações bilaterais”, disse o chefe de Governo eslovaco.

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