Empresa Petróleos de Venezuela garante que exportações de petróleo decorrem normalmente

Caracas, 17 dez 2025 (Lusa) – A empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) garantiu hoje que as exportações de petróleo bruto e derivados “decorrem normalmente”, após Washington ordenar “o bloqueio total de todos os petroleiros sancionados que entrem e saiam” do país sul-americano.

Num comunicado, a PDVSA indicou que os petroleiros ligados às suas operações “continuam a navegar com total segurança, apoio técnico e garantias operacionais, no legítimo exercício dos direitos à livre navegação e ao livre comércio, amplamente reconhecidos e protegidos pelo Direito Internacional”.

Segundo a empresa pública, a indústria petrolífera da Venezuela tem sido alvo de sanções, “sabotagens”, “ataques cibernéticos” e, mais recentemente, “atos de pirataria internacional” para o “roubo do petróleo”, numa referência ao apresamento pelos Estados Unidos, a 10 de dezembro, de um navio que transportava crude venezuelano.

“Nenhuma destas agressões conseguiu minar a capacidade operacional ou a determinação da força laboral da PDVSA, que conta com o apoio unido e total do povo venezuelano”, sublinhou a empresa no comunicado.

A petrolífera estatal reafirmou o seu compromisso com a “defesa da soberania energética” da Venezuela, o cumprimento dos seus “compromissos comerciais legítimos e a proteção das suas operações marítimas”.

Na terça-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump afirmou, na sua rede social, Truth Social, que a Venezuela “está cercada” pela “maior frota alguma vez reunida na história da América do Sul” e que o choque será como nunca antes, até que “devolvam todo o petróleo, as terras e outros ativos que anteriormente roubaram” aos Estados Unidos.

O republicano anunciou assim o “bloqueio total” à entrada e saída de petroleiros da Venezuela, numa escalada significativa da operação militar iniciada nas águas internacionais do mar das Caraíbas que alegadamente tinha como objetivo central combater as organizações de tráfico de droga que operam na região.

Acrescentou que “o regime ilegítimo de Maduro está a usar o petróleo dessas jazidas roubadas para se financiar a si mesmo, ao narcoterrorismo, ao tráfico de pessoas, assassínios e sequestros”.

Na semana passada, o Comando Sul dos Estados Unidos, que desde setembro atacou mais de 30 barcos supostamente ligados ao tráfico de droga nas Caraíbas e no Pacífico oriental, deu uma reviravolta nas suas operações em águas internacionais ao apreender o petroleiro Skipper, que transportava crude venezuelano.

Hoje, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, declarou que “as ameaças grosseiras e arrogantes” de Donald Trump “não intimidam” a Venezuela e classificou como “ilusória” a ordem para bloquear a entrada e saída de petroleiros da nação sul-americana.

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