
Maputo, 10 abr (Lusa) – A empresa chinesa Haiyu Mozambique Mining, visada pela Amnistia Internacional por violação de leis na exploração mineira no norte de Moçambique, disse hoje que as irregularidades foram ultrapassadas.
“Graças às visitas constantes das autoridades e monitoria por parte do Governo, estes assuntos foram todos resolvidos e já não existe nenhum problema”, declarou o consultor ambiental da empresa, Amilcar Marremula, citado pelo jornal diário O País.
Um relatório da Amnistia Internacional apresentado em Maputo em março denunciou violações das leis moçambicanas e internacionais pela Haiyu Mozambique Mining numa exploração de areias pesadas em Nampula, norte de Moçambique.
Segundo o relatório, intitulado “As nossas vidas não valem nada – o custo humano da exploração mineira chinesa em Nagonha”, as operações transformaram a topografia da área, o que afetou o sistema de drenagem das zonas húmidas daquela comunidade.
Com a chuva que caiu em 2015, 48 casas foram destruídas e 290 pessoas ficaram desalojadas devido às deficiências do sistema de drenagem, consequência das operações realizadas pela empresa.
O documento acrescenta que a única proposta feita pela Haiyu Mozambique Mining para compensar a população previa um pagamento de quatro mil meticais (52 euros) para quem perdeu casas de construção precária e 20 mil meticais (261 euros) para casas de alvenaria.
A empresa nega que tenha comprometido o sistema de drenagem e considera que não há necessidade para reassentamento, na medida em que transferiu as suas operações para um outro ponto mais afastado da comunidade.
“Não existe nenhuma duna feita pela empresa e 2015 foi o ano de pico da chuva na zona norte de Moçambique”, concluiu Amilcar Marremula.
A Haiyu explora areias pesadas em duas concessões em Nampula (Nagonha e Sangage) desde 2011, das quais extrai minerais como a ilmenite, o titânio e o zircão.
Nagonha está situada na zona litoral no distrito de Angoche, na província de Nampula, norte de Moçambique.
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