Efacec: Novo financiamento de 45 ME com garantia pública obtido esta semana – Empresa

Redação, 14 dez 2021 (Lusa) — A Efacec recebeu esta semana o novo financiamento bancário com garantia pública, de 45 milhões de euros, que o ministro da Economia tinha avançado na quinta-feira que devia “estar a chegar”, confirmou à Lusa fonte oficial da empresa.

O empréstimo foi obtido junto de um sindicato bancário constituído pela Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco, Millennium BCP e Montepio e visa permitir à empresa manter a operação até conclusão do processo de reprivatização, no âmbito do qual prosseguem as negociações com o único candidato na corrida, o grupo português DST.

Segundo tem sido avançado pela imprensa, trata-se de um empréstimo com uma garantia de 80% do Banco de Fomento, enquadrada na Linha de Apoio à Economia covid-19 para empresas exportadoras da indústria e do turismo.

De acordo com o jornal Eco, para tal “foi necessário proceder à alteração de algumas das condições da linha para permitir o enquadramento da Efacec e de outras empresas”, assim como “prorrogar o prazo de vigência da linha, que terminou em junho deste ano”.

Este empréstimo junta-se a um outro, também com garantia pública, de 70 milhões de euros, concedido à empresa no ano passado, no seguimento da nacionalização da participação de 71,73% da empresária angolana Isabel dos Santos, em junho de 2020.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) tem vindo a denunciar que a Efacec tem vários setores “quase parados” devido à falta de liquidez para adquirir matérias-primas e pagar a fornecedores.

Na passada quinta-feira, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital tinha já dito que o financiamento acordado entre a Efacec e um conjunto de bancos “se não chegou já, deve estar a chegar” e revelou esperar “algumas conclusões” sobre o processo de reprivatização “nas próximas semanas”.

“Na terça-feira [dia 07 de dezembro], foi celebrado um contrato de financiamento entre a Efacec e os seus bancos, portanto, se não chegou já, deve estar a chegar”, afirmou então Pedro Siza Vieira, explicando que o objetivo é permitir que a empresa disponha de recursos financeiros para manter a sua operação até à conclusão do processo de reprivatização, bem como “prestar garantias aos seus clientes, uma vez que a empresa está a conquistar cada vez mais contratos nos mercados internacionais”.

Num comunicado divulgado na passada quinta-feira, a administração da Efacec rejeita, contudo, as alegações de que tem estado “inativa”.

“Uma empresa parada não conquista clientes, não é distinguida com prémios, não é escolhida por centenas de empresas para ser parceira na candidatura a cinco projetos altamente estruturantes para o futuro do país, não investe na criação de uma nova estrutura organizacional, para se tornar mais eficiente, não alcança receitas superiores a centenas de milhões de euros”, sustenta.

Assegurando a “viabilidade económica e estratégica” da empresa, a administração salienta que, este ano, a Efacec “reforçou a sua presença em vários mercados internacionais, com novos contratos assinados este ano, acima dos 220 milhões de euros, numa carteira global superior a 500 milhões de euros”.

E destaca: “O processo de financiamento que está a ser concluído vem dar resposta a necessidades decorrentes do exercício normal da atividade da Efacec. Fortalecerá a capacidade de resposta da Efacec e do alcance dos seus objetivos, de acordo com o plano de negócios definido”.

Quanto à única proposta final de compra da empresa, apresentada pela DST SGPS, o ministro da Economia disse que está em curso o processo de avaliação da mesma e que espera, “nas próximas semanas”, poder ter “algumas conclusões”.

O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído até ao final do ano, sendo que o grupo português DST SGPS foi o único a apresentar uma proposta final de compra, segundo anunciou recentemente a Parpública.

A entrada do Estado na Efacec decorreu da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, da esfera acionista, na sequência do envolvimento no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

PD (MPE) // CSJ

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