Economia alemã pode ter ligeira recuperação no final do ano – Bundesbank

Frankfurt, Alemanha, 20 nov 2025 (Lusa) – A economia alemã pode ter uma ligeira recuperação no final do ano, apesar de um ambiente industrial ainda frágil, indicou hoje o Banco Federal da Alemanha, oferecendo um sinal encorajador ao Governo de Friedrich Merz, empenhado na recuperação.

O Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia europeia “poderia melhorar ligeiramente novamente no quarto trimestre”, indica o instituto monetário no relatório mensal, hoje divulgado.

A economia alemã estagnou no terceiro trimestre, segundo dados provisórios, escapando por pouco da recessão técnica após um segundo trimestre com um recuo de 0,2%.

A situação permanece frágil para a indústria alemã, que, “devido à sua baixa competitividade”, só beneficia “de forma limitada do crescimento global”, que por sua vez é moderado, acrescenta.

Diante das críticas recorrentes das empresas alemãs sobre a burocracia excessiva e o alto custo da energia, o Governo adotou um pacote de medidas para aliviar a carga burocrática.

O Governo também vai baixar o preço do kWh de eletricidade a partir de 2026, sob reserva do sinal verde dado por Bruxelas.

A curto prazo, a procura estrangeira não deve sustentar a economia, principalmente devido ao aumento das tarifas norte-americanas sobre alguns produtos, acrescenta o Bundesbank.

Internamente, a procura volta a crescer na construção, mas “não o suficiente para sustentar a produção”, ainda mais porque o aumento das taxas imobiliárias trava os projetos.

O indicador de emprego do instituto de Munique Ifo melhorou em outubro, mas as empresas “ainda preveem cortes de empregos”, especialmente “na indústria e no comércio”, que pesará sobre o consumo, observa o Bundesbank.

O Chanceler Friedrich Merz fez da recuperação da Alemanha uma prioridade, após dois anos de recessão e uma quase estagnação esperada em 2025.

Berlim adotou para isso na primavera um plano de gastos de 500.000 milhões de euros até 2036 para modernizar as infraestruturas envelhecidas do país.

Os efeitos deste plano devem ser visíveis “a partir do próximo ano”, estima o Bundesbank.

Os “sábios” económicos que aconselham o Governo, no entanto, criticaram o uso desse fundo, afirmando que financia muitas despesas correntes do Estado em vez de investir para o futuro, que reduz o impacto no crescimento.

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