COVID-19: EXPORTAÇÕES CABO-VERDIANAS CAÍRAM QUASE 25% ATÉ SETEMBRO

Praia, 02 nov 2020 (Lusa) – As exportações cabo-verdianas caíram 32% no terceiro trimestre, face ao mesmo período de 2019, elevando as quebras desde janeiro a quase 25%, indicam dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o relatório estatístico do INE sobre o comércio externo de Cabo Verde no terceiro trimestre, período marcado pelo início do desconfinamento, após dois meses (abril e maio) de estado de emergência no arquipélago devido à pandemia de covid-19, as exportações caíram naquele período para 1.184 milhões de escudos (10,7 milhões de euros), contra os 1.742 milhões de escudos (15,8 milhões de euros) no terceiro trimestre de 2019 (-32%).

O total das exportações de bens — não incluem o turismo — por Cabo Verde de janeiro a setembro, ascende a 3.333 milhões de escudos (30,2 milhões de euros), uma perda de 24% face ao acumulado de 4.387 milhões de escudos (39,8 milhões de euros) no mesmo período de 2019.

Num período de alguma recuperação económica após a paragem praticamente total da economia cabo-verdiana até final de maio, as importações voltaram a diminuir, 8,9% face ao terceiro trimestre de 2019, para 17.872 milhões de escudos (162 milhões de euros), enquanto as reexportações caíram, segundo o INE, 63,9 %, também em termos homólogos, para 2.419 milhões de escudos (21,9 milhões de euros).

O saldo da balança comercial de Cabo Verde continuou deficitário, mas reduziu-se em 9,1% nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período de 2019, para – 47.277 milhões de escudos (428,8 milhões de euros).

A Europa continua a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 92,6% do total das exportações cabo-verdianas, apesar de uma quebra homóloga de 35,5% no valor. Em concreto, Espanha lidera a lista dos principais clientes do arquipélago, com 68,4% do total das exportações.

Os produtos mais exportados por Cabo Verde, de julho a setembro, foram os preparados e conservas de peixes (58,9%), seguidos dos peixes, crustáceos e moluscos (17%) e do vestuário (6,6%).

No sentido contrário, o continente europeu continua a ser o principal fornecedor de Cabo Verde, com 75,2% do montante total, que compara com o peso de 78% do terceiro trimestre de 2019.

Portugal liderou entre os principais fornecedores de Cabo Verde, com 53,8% do total, crescendo 8,4 pontos percentuais face ao trimestre homólogo, seguido da China (8,9%) e Espanha (8,2%).

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