
(CORREÇÃO) Londres, 20 nov 2025 (Lusa) – Pelo menos 47 pessoas foram hoje detidas em Londres durante um protesto de apoio ao grupo Palestine Action (Ação Palestina), classificado como terrorista pelo Governo britânico, divulgou a polícia da capital britânica.
No total, ocorreram 189 detenções a nível nacional associadas a ações de apoio à Palestine Action realizadas nos últimos dois dias.
O protesto de hoje realizou-se em frente ao Ministério da Justiça, onde várias dezenas de pessoas sentaram-se no chão exibindo cartazes com frases de ordem como “Eu oponho-me ao genocídio. Eu apoio Palestine Action”.
Os manifestantes detidos podem ser condenados até seis meses de prisão sob a lei antiterrorista e ficar com cadastro, que pode ter consequências em termos de emprego, acesso à universidade ou de viagem ao estrangeiro .
Segundo a Polícia Metropolitana de Londres, desde julho já foram sujeitas a ação judicial 254 apoiantes do grupo.
Também ocorreram manifestações em cerca de 20 cidades britânicas na terça-feira nas quais foram detidas 142 das 237 que participaram, de acordo com o grupo organizador dos protestos, Defend Our Juries.
“A Polícia da Escócia não prendeu as 49 pessoas que seguravam os mesmos cartazes em Edimburgo” e em Truro, no sudoeste de Inglaterra, “a polícia prendeu apenas oito dos 26 manifestantes”, avançou o grupo, em comunicado.
Segundo os organizadores, “as diferentes abordagens na Escócia, Inglaterra e País de Gales ilustram a crescente diferença entre a aplicação da proibição da Palestine Action nas diferentes nações”.
A Palestine Action foi proibida no início de julho e adicionada à lista de organizações classificadas como terroristas no Reino Unido, à semelhança do grupo radical palestiniano Hamas ou da Al-Qaida, após atos de vandalismo perpetrados pelos seus militantes, nomeadamente ao pintar de vermelho um avião militar.
Desde então, mais de duas mil pessoas foram detidas durante manifestações de apoio e 170 acusadas, segundo a Defend Our Juries.
Na próxima terça-feira começa a ser analisado um recurso contra o Ministério do Interior para contestar a proibição do grupo, que foi considerada “desproporcional” pela ONU e denunciada por organizações de defesa dos direitos humanos.
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