Consultora NKC revê inflação de Moçambique em alta para 5,5% este ano

Joanesburgo, 12 fev 2021 (Lusa) – A consultora NKC African Economics subiu hoje a previsão de inflação média para este ano em Moçambique, estimando uma subida dos preços na ordem dos 5,5%, uma revisão explicada pelas condições económicas do país.

“Apesar de fraca procura interna este ano ir conter a inflação, o índice de preços do consumidor vai enfrentar uma pressão ascendente devido à fraqueza da moeda, aumento dos preços do petróleo e perturbações na cadeia de distribuição”, escrevem os analistas da filial africana da Oxford Economics.

“Vamos ajustar a nossa previsão de inflação para refletir a média de 5,5% face aos 4,2% anteriormente previstos, que comparam com os 3,1% registados em 2020”, lê-se no comentário enviado aos clientes, e a que Lusa teve acesso.

O metical depreciou-se 10% no ano passado “num contexto de queda dos preços das exportações das matérias-primas de Moçambique e uma aversão global ao risco”, acrescentam os consultores, notando que para além do facto de o país ser um importador líquido da maioria dos bens de consumo, o preço médio do petróleo deverá aumentar quase 33% este ano “e deverá motivar uma inflação no setor dos transportes significativamente mais elevada a partir do segundo trimestre.

Na quarta-feira, o Instituto Nacional de Estatística de Moçambique divulgou que a inflação homóloga subiu para 4,09% em janeiro, passando a fasquia dos 4%, que já não era ultrapassada desde 2018.

A tendência de subida da inflação homóloga verifica-se desde agosto de 2020, altura em que se fixou em 2,75%, de acordo com os quadros do INE do Índice de Preços no Consumidor (IPC).

O boletim do INE corrige ainda a inflação de 2020 de 3,52% (publicada em janeiro) para 3,14%.

O Banco de Moçambique anunciou em janeiro uma “substancial revisão em alta das perspetivas de inflação para o médio prazo” que refletem “a contínua depreciação do metical, num ambiente de maior agravamento dos riscos e incertezas”.

Os valores do IPC são calculados pelo INE a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula.

MBA (LFO) // JH

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