
Georgetown, Guiana, 07 set 2025 (Lusa) – A comissão eleitoral da Guiana confirmou a reeleição do atual Presidente Irfaan Ali para um mandato de cinco anos, após as eleições de 01 de Setembro neste pequeno país rico em petróleo.
De acordo com os resultados oficiais divulgados no sábado, o movimento de centro-esquerda que apoia Ali, o Partido Progressista Popular/Cívico (PPP/C), obteve 55% dos votos.
O movimento Investimos na Nação (WIN), formado há apenas três meses pelo magnata Azurddin Mohamed, sancionado pelos EUA, obteve 24,8% dos votos.
O maior derrotado, com 17,7% dos votos, foi a Associação para uma Nova Unidade (APNU, esquerda), até agora o maior partido da oposição e que tradicionalmente representa a população afrodescendente.
De acordo com o sistema eleitoral da Guiana, o líder do partido mais votado nas eleições legislativas, que decorrer a uma só volta, torna-se automaticamente chefe de Estado.
Eleito pela primeira vez em 2020, Irfaan Ali, de 45 anos, já tinha declarado vitória por “ampla maioria” na quarta-feira passada, dois depois da votação.
“Os números são claros. (…) Temos uma larga maioria e estamos prontos para levar o país para a frente”, disse Ali, à agência de notícias France-Presse.
Numa breve declaração por telefone, o Presidente prometeu tirar o país da pobreza graças ao petróleo.
A exploração petrolífera quadruplicou o orçamento de Estado em cinco anos (5,75 mil milhões de euros em 2025), com o maior crescimento económico da América Latina (43,6% em 2024). A expectativa é que este número ultrapasse os dois dígitos em 2025.
A Guiana, que iniciou a produção de petróleo em 2019, espera aumentar a produção dos atuais 650 mil barris por dia para mais de um milhão até 2030.
De acordo com os observadores internacionais da organização norte-americana Centro Carter e da União Europeia (UE), as eleições foram competitivas, sem “irregularidades significativas” no dia das eleições, mas com uma “vantagem injusta” para Irfaan Ali, que “distorceu o jogo” durante a campanha.
“O Presidente e o seu governo inauguraram um grande número de projetos públicos, como hospitais, estradas, esquadras de polícia e importantes serviços de transporte”, segundo o relatório da missão da UE.
Ali terá também de lidar com a espinhosa questão do Essequibo, a região rica em petróleo e minerais reivindicada pela vizinha Venezuela.
O Presidente assumiu uma posição firme contra Caracas, que relançou as reivindicações sobre o território de Essequibo em 2019, após a descoberta de novas reservas de hidrocarbonetos.
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