
Bogotá, 03 set 2025 (Lusa) – O Presidente da Colômbia prometeu que, em janeiro, quando o país entrar no Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente, vai propor a criação de uma “força armada de paz” para a Palestina.
“Vamos levar esta proposta como Colômbia, o país de Bolívar, à Assembleia Geral das Nações Unidas”, disse Gustavo Petro na terça-feira, numa referência a Simón Bolívar (1783–1830), considerado o pai da independência da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Panamá e Bolívia.
Num discurso transmitido na rádio e na televisão, o chefe de Estado explicou que a Colômbia deve fazer parte desta força.
“Qualquer ideia de paz os Estados Unidos bloqueiam” no Conselho de Segurança e, por isso, resta “que a Assembleia Geral das Nações Unidas vote por maioria a constituição de uma força armada de paz para entrar na Palestina, na qual a Colômbia deve participar”, sublinhou Petro.
A Colômbia foi eleita em junho pela Assembleia Geral da ONU para representar a América Latina e as Caraíbas num lugar rotativo no Conselho de Segurança, para um mandato de dois anos, com início a 01 de janeiro de 2026.
Para Petro, o estabelecimento de uma “força armada de manutenção da paz” é uma forma de “fazer respeitar o direito da humanidade de exigir o fim do genocídio em Israel”.
A Colômbia rompeu relações diplomáticas com Israel em 01 de maio de 2024, em resposta à ofensiva militar israelita que, segundo as autoridades da Faixa de Gaza, já matou 63.633 palestinianos, a maioria mulheres, crianças e idosos.
Dias depois, Bogotá suspendeu as exportações de carvão para Israel.
Petro apoiou também processos que levaram o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra.
O líder colombiano afirmou ainda que “as bombas que caírem em Gaza cairão também em Bogotá, Caracas, Quito e Buenos Aires, independentemente do que cada um dos seus presidentes pense”.
Atualmente, está a ser travada uma “guerra matemática” contra os “povos do mundo que não são ricos, que não compram o suficiente e que são rebeldes no sentido em que queremos uma humanidade em paz e cheia de vida”, afirmou Petro.
Bogotá foi em julho anfitriã da última reunião do Grupo de Haia, criado em janeiro por oito países – Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras, Malásia, Namíbia, Senegal e África do Sul – em resposta à crise humanitária na Faixa de Gaza.
A reunião contou com a participação de representantes de mais de 30 países, incluindo Brasil, Chile, China, Egito, Espanha, Honduras, Irlanda, México, Nicarágua, Uruguai e Venezuela.
VQ (PDF) // APL
Lusa/Fim