Cimeira do G7 em Alberta recebe líderes de fora do grupo

Foto: X/G7

De 15 a 17 de junho, o Canadá acolhe o mundo em Alberta para a cimeira dos líderes do G7 em Kananaskis. Este encontro decorre numa altura em que o Governo canadiano tenta definir a política externa do Canadá e a geopolítica mundial.

Na qualidade de anfitrião da cimeira, o primeiro-ministro Mark Carney tem liberdade para convidar os líderes que entender relevantes, incluindo os de países não pertencentes ao G7.

A ministra dos Negócios Estrangeiros, Anita Anand, disse, a 7 de junho, que os convites foram feitos com o objetivo de discutir assuntos sérios que afetam a economia global e o ambiente geoestratégico.

Até ao fecho desta peça, não foi divulgada a lista oficial, mas entre os convidados de Carney para a cimeira podem estar vários representantes de países não membros do G7, segundo publicações divulgadas nas redes sociais governamentais.

Da Austrália, deverá marcar presença o primeiro-ministro Anthony Albanese, enquanto parceiro disponível para o Canadá, na tentativa de reforçar as suas relações comerciais e de defesa no Indo-Pacífico.

Do Brasil, deverá estar presente o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem procurado estabelecer parcerias com países do Sul Global, promovendo a democracia e a proteção do ambiente.

Outro convite de Carney foi dirigido ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi, gerando polémica pela vinda ao Canadá menos de um ano depois de a Royal Canadian Mounted Police (RCMP) ter acusado agentes do seu governo de terem desempenhado um papel na “violência generalizada” no Canadá.

O Presidente Prabowo Subianto, da Indonésia, também deverá participar na cimeira, refletindo os esforços de Ottawa em estabelecer laços mais profundos com este gigante demográfico e económico do Indo-Pacífico.

Do México, apesar de algum período de ponderação, poderá estar presente a Presidente Claudia Sheinbaum, surgindo a possibilidade de uma reunião com Trump e Carney para negociações sobre direitos aduaneiros.

O Presidente Lee Jae-myung, da Coreia do Sul, também deve representar o seu país, enquanto país que aspira integrar o G7, sob o argumento de que o seu peso económico e regional é semelhante ao do Japão, membro do G7.

Da África do Sul, o Presidente Cyril Ramaphosa, anfitrião da cimeira do G20 em novembro, também deve estar presente, com a expetativa de poder atuar como uma ponte para o G7 em temas relevantes para as necessidades dos países em desenvolvimento.

O Presidente Volodymyr Zelensky poderá estar presente, recebendo uma nova oportunidade de falar com o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, em Alberta.

Há ainda a possibilidade de o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, participar na cimeira, tendo em conta contactos anteriores entre os países para colaborações bilaterais.

Carney também convidou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para a cimeira do G7, mas as autoridades canadianas disseram, na manhã de 12 de junho, que o país não irá participar.

O Canadá poderá ainda receber na cimeira o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, o Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, ou os líderes da Organização Mundial do Comércio e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.