
Jiuquan, China, 30 out 2025 (Lusa) – A China afirmou hoje que está no bom caminho para enviar astronautas para a Lua até 2030, ao apresentar a próxima equipa que se dirigirá para a estação espacial chinesa Tiangong.
“Atualmente, cada programa de investigação e desenvolvimento para levar uma pessoa à Lua está a progredir sem problemas”, disse o porta-voz do Programa Espacial Tripulado da China.
Zhang Jingbo mencionou o foguetão Longa Marcha 10, os fatos espaciais e o veículo de exploração como exemplos de esforços frutíferos neste sentido: “O nosso objetivo fixo de levar uma pessoa à Lua até 2030 permanece inalterado”.
A China prepara-se também para enviar a mais recente equipa de astronautas, que faz parte da missão em curso para concluir a estação espacial Tiangong, no âmbito de planos mais vastos de exploração espacial.
Cada equipa permanece na estação durante seis meses, realizando experiências científicas.
A mais recente tripulação a viajar até à estação, com partida do centro de lançamento de Jiuquan na sexta-feira, às 23:44 (15:44 em Lisboa), será composta por Zhang Lu, Wu Fei e Zhang Hongzhang.
Zhang Lu já tinha participado na missão Shenzhou 15 à estação. Para Wu Fei e Zhang Hongzhang, esta missão, a Shenzhou 21, será a primeira no espaço.
Os astronautas vão ainda levar quatro ratos nesta viagem, dois machos e duas fêmeas, para estudar os efeitos da ausência de gravidade e do confinamento nos animais.
A China começou a trabalhar na Tiangong, depois de o país ter sido excluído da Estação Espacial Internacional devido a preocupações de segurança nacional dos Estados Unidos sobre a ligação direta do programa espacial chinês com o exército.
A estação espacial Tiangong (‘Palácio Celestial’) orbita a Terra a cerca de 400 quilómetros de altitude e está projetada para operar por, pelo menos, mais dez anos.
Com a eventual retirada da Estação Espacial Internacional, liderada pelos Estados Unidos, a Tiangong poderá tornar-se a única estação espacial operacional.
A China tem investido fortemente no seu programa espacial, tendo alcançado marcos como a primeira aterragem de uma sonda na face oculta da Lua (com a sonda Chang’e 4) e a chegada a Marte, tornando-se o terceiro país — após os EUA e a antiga União Soviética — a conseguir fazê-lo.
Pequim planeia ainda construir uma base científica no polo sul da Lua, em cooperação com a Rússia e outros países.
Em julho, as autoridades científicas chinesas revelaram novos detalhes sobre o desenho e os objetivos da missão Tianwen-3, que deverá ser lançada por volta de 2028 para recolher amostras do solo de Marte e trazê-las à Terra até 2031.
VQ (JPI) // APL
Lusa/Fim
