BANCO DE EXPORTAÇÕES DOS EUA FINANCIA 4,7 MIL MILHÕES PARA PROJETO DE GÁS EM MOÇAMBIQUE

Washington, 15 mai 2020 (Lusa) – O Banco de Exportações e Importações dos Estados Unidos da América aprovou hoje um financiamento de 4,7 mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) para apoiar as exportações do projeto de gás natural no norte de Moçambique.

“O conselho de administração do Banco aprovou hoje de forma unânime uma emenda ao empréstimo decidido em setembro do ano passado para o desenvolvimento e construção do projeto de gás natural localizado na península de Afungi, no norte de Moçambique”, lê-se num comunicado de hoje na página do banco.

De acordo com o documento, a administração resolveu descer o valor inicial dos empréstimos disponibilizados, de 5 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) para 4,7 mil milhões de dólares, mas alarga o âmbito do financiamento de forma a incluir 16.700 empregos americanos e o número de empresas, que passa de 37 para 68, durante os cinco anos de construção do projeto.

“O número de fornecedores norte-americanos também aumentou para 68, sendo adicionados 31 fornecedores às 27 empresas que tinham sido previamente identificadas”, explica-se no texto, que prevê que “as vendas de seguimento apoiem milhares de empregos” nos Estados Unidos da América (EUA), nomeadamente nos estados do Oklahoma, Louisiana, Florida, Georgia, Nova Iorque, Pensilvânia, Tennessee, Texas e distrito da Columbia.

“O financiamento do banco para o projeto de gás natural em Moçambique continua a apoiar fortemente a Iniciativa África Próspera para desbloquear oportunidades para as empresas americanas em África”, aponta-se no documento.

A nota cita a presidente da instituição, Kimberly Reed, dizendo que, “dantes, o financiamento privado não estava disponível para este projeto devido ao tamanho, complexidade e apoio de risco que era necessário por parte do banco”.

“Dizem-nos que a China e a Rússia estavam preparadas para financiar este acordo antes de o quórum do conselho de administração ter sido restaurado pelo Senado há um ano, este é um ótimo exemplo de como um banco revitalizado, graças à liderança do Presidente Trump e apoio bipartidário do Congresso, pode ajudar a garantir o uso do termo ‘Made in USA’, sem ceder terreno para países como a China e a Rússia”, acrescentou a presidente.

O consórcio liderado pela francesa Total é responsável pela exploração da Área 1 e tomou a Decisão Final de Investimento em 2019, esperando-se que a produção arranque em 2024 e que o investimento ronde os 25 mil milhões de dólares (23,1 mil milhões de euros).

A extração de gás dos projetos do Rovuma vai funcionar ao largo da costa da província Norte de Cabo Delgado através de tubagens submarinas, sendo a liquefação feita em terra, numa fábrica em construção na nova cidade do gás, que está a ser edificada em Palma, península de Afungi, onde as petrolíferas partilharão infraestruturas.

A região enfrenta uma onda de violência armada desde 2012, mas apesar da ameaça os investimentos têm continuado.

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