
O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, reuniu-se a 15 de janeiro com os premiers canadianos e disse que qualquer resposta à ameaça de aplicação de tarifas por parte de Donald Trump deve ser forte e partilhada por todas as regiões do país, mas acrescentou que “nada está fora de questão” – incluindo o corte das exportações de energia.
Trudeau referiu que o encontro resultou num acordo de que nenhuma região do país deveria “suportar desproporcionalmente o fardo” em resposta às tarifas potenciais.
O primeiro-ministro indicou não ser possível partilhar a resposta específica do Canadá até que as medidas de Trump sejam anunciadas, mas que todos concordaram “unanimemente” sobre “os primeiros passos possíveis”. Disse ainda que apoia o “princípio” das tarifas dólar por dólar sobre as importações dos Estados Unidos da América (EUA), mas que o foco é garantir que quaisquer tarifas impostas por Trump sejam removidas o mais rapidamente possível.
No entanto, a premier de Alberta, Danielle Smith, que não é a favor do bloqueio das exportações de energia para os EUA e advertiu Ottawa contra esse movimento de retaliação, não assinou o plano do Governo federal.
O premier de Saskatchewan, Scott Moe, também rejeitou a ideia de restringir as exportações canadianas de energia e agricultura para os EUA, mas afirmou que, embora possa haver desacordos entre os premiers e com o governo federal, o Canadá está unido.
Entretanto, uma nova pesquisa do Instituto Angus Reid revelou que, tanto entre os americanos como entre os canadianos, a esperança é que Trump seja só conversa.
Nos EUA, um quarto (26%) apoia a aplicação de uma tarifa de 25% ao Canadá, enquanto o dobro (50%) se opõe. Entre os apoiantes de Trump, esta ideia é inicialmente popular, com 53% de apoio e 19% de oposição.
Quando se consideram os potenciais impactos para os consumidores americanos do preço dos produtos, entre os eleitores de Trump, metade (49%) muda de opinião e opõe-se aos direitos aduaneiros quando informados da possibilidade de a gasolina aumentar 30 a 70 cêntimos por galão, tendo em conta o atual nível de importação de petróleo canadiano pelos EUA.
Os canadianos apoiam uma ação assertiva face às ameaças de Trump, com três em cada cinco a dizer que, se Trump impuser tarifas, o Canadá deve fazer o mesmo. Um número semelhante apoiaria uma taxa de 25% sobre todos os produtos americanos, ou um conjunto de taxas específicas a esse nível sobre exportações críticas.
No entanto, os canadianos estão conscientes dos danos potenciais que este conflito comercial crescente pode causar, com dois em cada cinco (39%) a afirmar que o seu agregado familiar sofreria danos significativos se Trump impusesse direitos aduaneiros, enquanto um em cada três (34%) espera sentir o impacto, mas de forma menos grave.
