
Lisboa, 17 dez 2025 (Lusa) – O aumento das emissões globais de hidrogénio nas últimas três décadas contribuiu significativamente para o agravamento das alterações climáticas e amplificou o impacto do metano, um potente gás de efeito estufa, conclui uma investigação publicada hoje na revista Nature.
O estudo, realizado por um consórcio internacional de cientistas conhecido como Global Carbon Project, conclui que o hidrogénio contribuiu para o aumento da temperatura, ajudando o metano, um potente gás de efeito estufa, a permanecer por mais tempo na atmosfera.
As emissões de hidrogénio aumentaram entre 1990 e 2020, contribuindo com uma fração de grau, ou 0,02°C, para o aumento de quase 1,5°C nas temperaturas médias desde o período pré-industrial, sendo que o aumento nas emissões de hidrogénio deve-se principalmente à atividade humana, de acordo com a investigação.
Entre as principais fontes de emissões de hidrogénio o estudo destaca a decomposição de compostos químicos como o metano, acumulado na atmosfera devido ao aumento das emissões provenientes de combustíveis fósseis, agricultura e aterros sanitários.
“É um círculo vicioso”, sustentam os autores, explicando que o metano se decompõe em hidrogénio na atmosfera, que mais metano significa mais hidrogénio e que mais hidrogénio significa que as emissões de metano permanecem por mais tempo, causando mais danos.
“O principal fator do aumento do hidrogénio atmosférico é a oxidação do metano atmosférico, que está em ascensão”, enfatiza um dos autores do estudo, Rob Jackson, investigador da Universidade Stanford, argumentando que uma das melhores formas de reduzir o aquecimento induzido pelo hidrogénio é reduzir as emissões de metano.
Desde 1990, segundo a investigação, as emissões anuais de metano aumentaram cerca de quatro milhões de toneladas, atingindo 27 milhões de toneladas por ano em 2020.
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