Exportações para EUA recuam 50 ME no 3.º trimestre – INE

Lisboa, 10 nov 2025 (Lusa) — As exportações para os Estados Unidos recuaram 50 milhões de euros em termos homólogos no terceiro trimestre deste ano, para o valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2023, informou hoje o INE.

Em cadeia, as exportações de Portugal para os EUA diminuíram em 13 milhões de euros, o que se traduz numa queda de 1%, segundo uma análise do INE, que começou a ser feita no primeiro trimestre deste ano no contexto da política tarifária norte-americana.

Já as importações diminuíram 12 milhões de euros em termos homólogos (-2,0%) e 57 milhões de euros em cadeia (-8,6%), informa o gabinete de estatísticas.

O destaque tem também dados relativos ao acumulado do ano, sendo que nos primeiros nove meses de 2025, 6,2% das exportações portuguesas tiveram os Estados Unidos como destino e 2,2% das importações nacionais tiveram origem nesse país.

Os Estados Unidos continuaram, assim, a ser o quarto principal cliente, mas “recuaram uma posição enquanto fornecedor, para 10.º, o que já se verificava no final do 2.º trimestre deste ano”, nota.

Até setembro de 2025, as exportações portuguesas para o mercado norte-americano diminuíram 6,8%, enquanto as importações aumentaram 8,4%, face ao mesmo período de 2024 (respetivamente, -8,1% e +14,3%, no 1º semestre de 2025).

Segundo esta análise, entre as empresas portuguesas que exportaram bens para os Estados Unidos, “22,6% tinham um grau de exposição superior a 80% neste mercado (+2,1 p.p. que em 2024), correspondendo a 6,4% do valor das exportações nacionais” para este mercado.

Por outro lado, mais de metade das exportadoras nacionais que fornecem este mercado tinham o menor nível de exposição.

As empresas que exportam bens para os Estados Unidos representam 5,1% do valor total transacionado no Comércio Internacional de Bens, mas as exportações para os Estados Unidos representam apenas 10,2% do valor total exportado pelas empresas exportam bens para esse país.

O INE começou a fazer esta análise no arranque do ano, mas salienta que o contexto ainda está “marcado pela incerteza relacionada com a política tarifária norte-americana, a qual tem vindo, em certa medida, a influenciar os fluxos de comércio internacional”.

Este verão, a UE e os EUA atingiram um acordo político de comércio tarifário que estabelece uma tarifa de base de 15% sobre a maioria das exportações europeias para os Estados Unidos, incluindo setores como automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos, com esse valor a servir como teto claro para os direitos aduaneiros.

Ao mesmo tempo foi acordada a eliminação das tarifas para produtos estratégicos.

Apesar disso, as tarifas sobre aço e alumínio permanecem em 50%, embora o acordo preveja a introdução futura de um sistema de contingentes para limitar essa sobretaxa.

MES (ANE) // MSF

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