
Chicago, 02 dez 2025 (Lusa) – Joaquín Guzmán López, filho do traficante de droga mexicano ‘El Chapo’, detido nos Estados Unidos, declarou-se culpado na segunda-feira, durante uma audiência em Chicago, por tráfico de droga e participação numa organização criminosa.
Nos termos do acordo de delação premiada, cujo texto foi analisado pela agência de notícias France-Presse, Joaquín Guzmán López enfrenta, pelo menos, dez anos de prisão pela acusação de participação em organização criminosa.
Em relação à acusação de tráfico de droga, pela qual enfrenta uma possível pena de prisão perpétua, os procuradores concordaram que o juiz poderá conceder-lhe uma redução da pena.
Em troca, o filho de Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán prometeu “cooperar plena e sinceramente em qualquer assunto para o qual seja chamado” pelo sistema judicial norte-americano, fornecendo informações e testemunhos “completos e verídicos”.
Em julho, outro filho de ‘El Chapo’, Ovidio Guzmán, tinha-se também declarado culpado de quatro acusações de tráfico de drogas perante um tribunal de Chicago, evitando assim o julgamento.
Ambos são acusados, juntamente com outros dois irmãos ainda em fuga, de terem assumido as atividades do pai, antigo chefe do cartel de tráfico de droga de Sinaloa.
‘El Chapo’, de 68 anos, está atualmente a cumprir uma pena de prisão perpétua numa prisão de segurança máxima no Colorado, no centro-oeste dos Estados Unidos.
De acordo com o Departamento de Justiça, os dois irmãos controlavam 11 laboratórios em Sinaloa, onde produziam quase 2.300 quilos de metanfetaminas por mês, que eram vendidas principalmente a outros membros do cartel.
Washington acusa também o cartel de Sinaloa de tráfico de fentanil para os Estados Unidos, onde esta droga sintética provocou dezenas de milhares de mortes nos últimos anos, criando tensões nas relações com o México.
Além do fentanil, os quatro irmãos são acusados de transportar toneladas de cocaína pela América Central e do Sul até aos Estados Unidos, de acordo com a acusação, tornada pública em abril de 2024.
O documento especifica que também “subornaram funcionários públicos corruptos” e “provocaram, ameaçaram e cometeram assassínios, raptos, agressões e espancamentos contra polícias, traficantes rivais e membros da própria organização”.
Joaquín Guzmán López, de 39 anos, foi detido em julho de 2024 quando chegava ao Texas (sul) num pequeno avião privado, acompanhado pelo cofundador do cartel de Sinaloa, Ismael “Mayo” Zambada.
Zamcada, que afirmou ter sido enganado sobre o destino e raptado por Guzmán López para ser levado contra a sua vontade para os Estados Unidos, também se declarou culpado perante a justiça dos Estados Unidos.
Na sequência das detenções, os confrontos entre as duas facções do cartel (a dos irmãos Guzmán e a de Zambada) intensificaram-se, resultando em 1.200 mortes no México e 1.400 desaparecimentos, segundo dados oficiais.
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