Governo dos EUA insiste na divulgação de depoimentos do júri no caso Epstein

Miami, Estados Unidos, 23 nov 2025 (Lusa) — O Governo dos Estados Unidos solicitou novamente a um tribunal federal que divulgasse as transcrições de um grande júri sobre o caso Jeffrey Epstein, meses depois de juízes de Nova Iorque e Flórida terem rejeitado o pedido, citando diretrizes legais.

Esta é a primeira ação pública do Governo do Presidente Donald Trump sobre os arquivos de Epstein desde que o chefe de Estado norte-americano assinou, na quarta-feira passada, a lei que ordenava a divulgação de quase todos os arquivos da investigação.

O Departamento de Justiça citou a lei recém-assinada no seu pedido acelerado ao tribunal do sul da Flórida e solicitou “que torne públicas as transcrições do grande júri relacionadas às investigações mencionadas, e que modifique qualquer ordem de proteção aplicável que, de outra forma, impediria a sua divulgação pública”.

“A lei não isenta da divulgação pública todas as transcrições do grande júri”, acrescenta o documento, assinado pela procuradora-geral Pam Bondi.

Uma juíza deste mesmo tribunal recusou-se em julho passado a revelar as transcrições, argumentando que a lei só permitia divulgar os depoimentos de um grande júri em situações específicas, “nenhuma das quais se aplicava a este caso”.

No entanto, reconheceu o interesse público do caso e salientou que apenas uma decisão do Supremo Tribunal poderia permitir a publicação das transcrições.

A lei aprovada esta semana não inclui, no entanto, menções específicas sobre o testemunho perante o grande júri.

Trump, que há décadas era amigo de Epstein e se opunha à divulgação dos arquivos, argumentando que se tratava de uma “farsa” dos democratas, mudou de posição há alguns dias ao perceber que a aprovação da lei era inevitável no Congresso com o apoio do seu próprio partido e mostrou-se disposto a ratificá-la.

Epstein foi condenado em 2008 por prostituição de uma menor na Flórida após um acordo controverso com o Governo federal e aguardava um novo julgamento por acusações federais de tráfico sexual com uma possível pena de até 45 anos de prisão, quando se suicidou a 10 de agosto de 2019 numa prisão de Nova Iorque.

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