Mais de mil estudantes são-tomenses tiveram visto para cursos profissionais em Portugal

 São Tomé, 21 nov 2025 (Lusa) – O embaixador de Portugal em São Tomé revelou hoje que mais de mil estudantes são-tomenses receberam vistos para cursos técnicos profissionais em Portugal, e que o consulado reforçou medidas para acelerar o processamento de quase 400 pedidos pendentes.

Segundo Luís Leandro da Silva, a secção consular portuguesa em São Tomé está a trabalhar aos sábados, em regime de horas extraordinárias, “com objetivo de acelerar a análise e processamento, exclusivamente dos vistos para o ensino técnico profissional”, prevendo a conclusão dos pedidos pendentes nas próximas três semanas.

O embaixador português falava num encontro promovido pelo Ministério da Educação de São Tomé e Príncipe face a reclamações de pais devido ao atraso em muitos processos.

Luís Leandro da Silva, anunciou ainda que uma reorganização da secção consular no próximo ano para “dar uma prioridade acrescida a estes tipos de vistos”, que “têm uma natureza específica”, porque os “alunos devem começar o ano letivo a tempo”.

Para isso, apelou aos encarregados de educação e as autoridades são-tomenses para apresentar as listas de alunos interessados a estudar em Portugal, entre maio e agosto, e não em setembro, como tem acontecido até ao momento.

“As aulas começam a partir de setembro e nós estamos a receber imensos pedidos nos meses de setembro, outubro e novembro, portanto, já dentro do período escolar. Isso não faz muito sentido, é prejudicial também aos próprios alunos”, sublinhou o diplomata português.

Segundo Luís Leandro da Silva, outro motivo que tem atrasado alguns processos prendem-se com o comprimento dos critérios exigidos, nomeadamente as condições de quem assina o termo de responsabilidade para com os estudantes em Portugal.

“Os termos têm que ser assinados por quem tem efetivamente possibilidade de garantir o alojamento, a alimentação e o encargo de subsistência ao requerente do visto”, sublinhou Luís Leandro da Silva, sublinhando que o subscritor tem de ter o rendimento de salário mínimo arredondando para 900 euros, mais 400 euros para cada um dos dependentes ou pessoas que se responsabiliza.

A ministra da Educação de São Tomé e Príncipe disse durante o encontro que sabe que “as pessoas compram o termo” de responsabilidade, e os estudantes quando chegam em Portugal são confrontados com perguntas logo na fronteira, e quando se liga às pessoas que assinam os termos elas não atendem e por este motivo “muitos estudantes foram repatriados para São Tomé”.

Isabel acrescentou que sabe também que os pais pagam as associações em São Tomé que fazem as matrículas dos estudantes nas escolas portuguesas sem conhecerem as condições daquelas instituições de ensino.

Segundo a ministra, uma missão do Ministério esteve em Portugal e constatou, mediante fotos e vídeos de muitos estudantes que estão desmotivados, porque “foram prometidas umas condições e eles chegaram lá, viram as coisas diferentes”.

 

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