Coleção José Carlos Santana Pinto nas novas exposições do Museu Armando Martins

Lisboa, 17 nov 2025 (Lusa) — Uma exposição com uma seleção de obras da Coleção José Carlos Santana Pinto e outra mostra coletiva dedicada ao tema da identidade na arte contemporânea são inauguradas sábado no Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), em Lisboa.

A mostra “Entre a Palavra e o Silêncio — Obras da Coleção José Carlos Santana Pinto”, com curadoria de Adelaide Ginga, apresenta pela primeira vez ao público, no MACAM, uma coleção privada convidada, revelando um acervo particular reunido ao longo de mais de quatro décadas, que ficará patente até 01 de junho de 2026, segundo informação do museu.

A seleção de obras “reflete a atenção do colecionador à economia formal, ao diálogo entre palavra e pensamento crítico e à convivência entre artistas portugueses e internacionais”, segundo a curadoria.

O conjunto de peças “evidencia a procura de relações conceptuais e estéticas em diferentes suportes, reforçando a ideia de que o belo deve interrogar e propor questionamentos”, acrescenta ainda.

Com esta apresentação, o MACAM inicia um ciclo de colaborações com colecionadores que não dispõem de espaços públicos para mostrar os seus acervos, tendo como objetivo “ampliar a diversidade de olhares sobre a arte contemporânea” e “reforçar o papel do museu como plataforma de encontro entre criadores, colecionadores e público”.

A exposição reúne obras de On Kawara, Dora Garcia, Alfredo Jaar, Pedro Cabrita Reis, Carla Filipe e João Onofre, entre outros artistas.

Ao mesmo tempo, o MACAM irá inaugurar “O eu como múltiplo”, com curadoria de Carolina Quintela, uma reflexão sobre a identidade enquanto espaço em permanente transformação, patente até 04 de maio de 2026, constituindo a terceira mostra temporária da Coleção Armando Martins.

No texto curatorial, Carolina Quintela sublinha que a exposição atravessa questões ligadas à figuração e ao imaginário, e defende uma visão não linear da identidade, na qual “a multiplicidade, a abertura e a pluralidade surgem como elementos centrais para compreender o sujeito contemporâneo”.

“O eu como múltiplo” apresenta obras de artistas portugueses e estrangeiros como Ana Vieira, Helena Almeida, Horácio Frutuoso, John Baldessari, José Pedro Croft, Juan Muñoz, Júlia Ventura, Vik Muniz e Yu Nishimura.

Inaugurado em março deste ano, o projeto reúne o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins e um hotel de cinco estrelas, ocupando o histórico Palácio Condes da Ribeira Grande, alvo de obras de requalificação e remodelação, situado entre Alcântara e Belém, em Lisboa.

AG // TDI

Lusa/Fim