Mutualista Montepio prevê investimento de 50 ME por ano em habitação

Lisboa, 16 nov 2025 (Lusa) – A mutualista Montepio prevê gastar anualmente 50 milhões de euros na compra de casas para arrendar aos associados, disse à Lusa o atual presidente e novamente candidato nas eleições de dezembro, Virgílio Lima.

Em entrevista à Lusa, Virgílio Lima disse que têm percebido que os associados mais jovens (a mutualista tem ao todo 600 mil associados) se veem confrontados com dificuldade de pagar rendas ou comprar casa e que, para fazer face a isso, a Associação Mutualista Montepio Geral vai lançar um programa de habitação.

“Em cada ano, temos cerca de 50 milhões de euros em termos orçamentais destinados a este fim. Podemos pensar em 200 casas ao ano para os nossos associados. Ao longo de um mandato [quatro anos], poderíamos estar a falar de 800 casas”, disse o gestor.

Segundo Virgílio lima, em zonas de grande densidade de associados a mutualista irá comprar ou construir casas para arrendamento aos associados. Já nas zonas com menos associados, estes podem indicar as casas que querem, a mutualista compra-as e arrenda-as aos associados. Há a possibilidade de, ao fim de um período (15 ou 20 anos, por exemplo), o associado comprar a casa que arrenda.

“Este arrendamento não pretende ser uma fonte de rendimento para a associação, mas responder às necessidades dos associados. Isto é, nós só nos ressarcimos do custo dos fatores”, afirmou Virgílio Lima, vincando que a renda será abaixo dos preços do mercado.

A mutualista vai lançar ainda outra solução, destinada a pessoas mais velhas. Neste caso, uma pessoa ou um casal já na reforma com casa própria pode vender a casa à associação a valor de mercado e cria uma renda vitalícia para pagar uma residência assistida (por exemplo, residência Montepio). As casas adquiridas também integrarão a modalidade de habitação.

A mutualista tem ainda casas de rendimento que arrenda para gerar rendimentos para remunerar as poupanças dos associados. Atualmente, tem 1.000 destas casas (com descontos para associados).

A produção de casas destinadas a associados, para fazer face à crise da habitação, é há anos uma reivindicação de membros da oposição à atual gestão da mutualista e reforçada nestas eleições pela lista B, que concorre apenas à assembleia de representantes.

Sobre a falta de transparência no grupo, uma crítica também da oposição, Virgílio Lima rejeitou, afirmando que todos os membros da assembleia de representantes recebem a informação atempadamente e colocam as questões que consideram necessárias. E que há hoje mais escrutínio e controlo do que quando os temas iam a assembleias-gerais, pois eram muito pouco participadas.

Além disso, afirmou, o Conselho de Administração tem membros não executivos que escrutinam a ação dos executivos.

Virgílio Lima disse ainda que a mutualista tem vindo a atualizar as modalidades ja existentes para responder às necessidades dos associados (mais de 600 mil), especificando que está a ser lançada uma nova modalidade na área da saúde que atua na medicina preventiva.

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*** Irina Melo (texto), Hugo Fragata (vídeo) e António Cotrim (fotos), da agência Lusa ***

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