Montenegro pede responsabilidade às centrais sindicais com negociações em curso

Lisboa, 12 nov 2025 (Lusa) — O primeiro-ministro pediu hoje sentido de responsabilidade às centrais sindicais para que evitem a greve geral, frisando que se está ainda perante um anteprojeto do Governo e que as negociações sobre a reforma laboral estão em curso.

Luís Montenegro deixou estas mensagens em declarações aos jornalistas, após ter participado na sessão de abertura da conferência “Capital Markets Day”, na Culturgest, em Lisboa.

Interrogado sobre o conselho dado pelo candidato presidencial Marques Mendes de que o Governo deveria dar atenção à UGT, tendo em vista um acordo que evite uma greve geral por causa da reforma das leis laborais, Luís Montenegro respondeu que dá “toda a atenção possível a todos os parceiros sociais e à UGT em particular”.

“Temos estado em contacto permanente – e é assim que continuaremos”, assegurou.

“Mas não há razões para haver uma greve geral em Portugal, sobretudo num momento em que o país tem muitos desafios para superar. Se é importante frisar que a capacidade reivindicativa não está em causa, também é importante dizer que ela deve ser exercida com sentido de responsabilidade”, advertiu.

O primeiro-ministro classificou mesmo como inédito que UGT e CGTP-IN se juntem para uma greve geral na presente conjuntura do país.

“Está em causa um conjunto de alterações legislativas que estão em discussão e em formação. Não há sequer uma proposta final. Há um anteprojeto que está em cima da mesa de negociação com todos os intervenientes na concertação social, em particular com as entidades empregadoras e com as entidades representativas dos trabalhadores”, apontou.

O primeiro-ministro ressalvou depois que não pretende “exagerar ou coartar a liberdade que os sindicatos têm de fazer expressar pelas suas formas de luta as suas posições relativamente à situação política e económica do país”.

“Não se trata de estar a coartar, trata-se de exigir responsabilidade”, acentuou.

 

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