
Belém, 11 nov (Lusa) — Os jovens ativistas reunidos na COP de mais de 80 países reivindicam espaço nas decisões sobre o futuro do planeta e prometem “gritar bem alto” até que sejam escutados, disse hoje à Lusa a Jovem Campeã do Clima da Presidência da COP30.
“Eles podem até não querer escutar, mas a gente grita bem alto”, afirmou à Lusa Marcele Oliveira, Jovem Campeã do Clima da Presidência da COP30, à margem da 30.ª Conferência das Nações Unidas para o Clima que decorre desde segunda-feira na cidade amazónica brasileira de Belém e que termina a 21 de novembro.
“A transição para longe dos combustíveis fósseis, a valorização do conhecimento ancestral, das comunidades indígenas, quilombolas, a proteção das florestas, dos oceanos”, resumiu assim algumas das reivindicações.
A Jovem Campeã do Clima da Presidência das histórias das COPs assumiu existir “uma radicalidade” no discurso dos jovens, mas com uma razão clara: “se as decisões não forem tomadas agora, somos nós que vamos sofrer”.
“Então, não dá só para entrar na sala, fechar a porta e dizer: vamos deixar para decidir no próximo ano, vamos então fazer isso de outra forma”, sublinhou.
No Parque dos Igarapés, a poucos quilómetros do centro de Belém, centenas de jovens de mais de 80 países participam no Acampamento das Juventudes, um espaço paralelo à conferência oficial onde discutem propostas para enfrentar a crise climática.
Este espaço inovador, criado para contornar os altos preços de hotelaria em Belém e garantir a presença dos jovens também também a missão de “fortalecer as vozes jovens e garantir que elas estejam no centro das decisões”, disse a ativista brasileira de 26 anos.
“A gente tem puxado muito a questão da educação ambiental, conscientização climática e da participação das juventudes nos espaços de decisão”, contou à Lusa a carioca de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro.
A carioca, que começou o ativismo ao perceber que, nas periferias, faltavam árvores, sombra e espaços verdes, enquanto os bairros mais ricos eram arborizados, sublinhou que o debate deve estar centrado “decisões que precisam ser tomadas enquanto humanidade: a transição para longe dos combustíveis fósseis, a valorização do conhecimento ancestral das comunidades indígenas e quilombolas e a proteção das florestas e dos oceanos”.
Hoje, Marcele Oliveira lidera a Plenária Mundial das Juventudes, que reúne jovens de mais de 80 países, além de ministros e autoridades brasileiras.
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