Novo orçamento federal prevê reforço da economia e soberania do Canadá

Foto: X François-Philippe Champagne

O primeiro orçamento federal do primeiro-ministro Mark Carney foi oficialmente apresentado. O ministro das Finanças, François-Philippe Champagne, apresentou a proposta na Câmara dos Comuns a 4 de novembro.

O orçamento de 406 páginas, intitulado ‘Canadá Forte’, inclui quase 90 mil milhões de dólares em novas despesas líquidas ao longo de cinco anos. A maior parte dos gastos visa fortalecer a economia canadiana e garantir a sua soberania em resposta às políticas protecionistas do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

Os novos gastos do orçamento visam impulsionar a produtividade, financiar projetos de infraestruturas em todo o país, alcançar novos mercados e reduzir a dependência do Canadá face aos EUA.

O documento prevê também a eliminação de 40 mil postos de trabalho na função pública nos próximos três anos.

Outros cortes visam reduzir o número de admissões de residentes permanentes e temporários no Canadá nos próximos três anos, devido a preocupações com os impactos na infraestrutura social e habitacional.

Já os programas sociais do Governo de Trudeau não têm alterações a caminho e o emprego jovem é um dos setores com investimentos previstos.

O orçamento prevê ainda um défice de 78,3 mil milhões de dólares para este ano fiscal – mais que o dobro das estimativas para o ano passado.

Os partidos da oposição criticaram amplamente o orçamento. Pierre Poilievre pretendia um orçamento “acessível” que limitasse o défice a 42 mil milhões de dólares, tendo afirmado que os conservadores não pretendem apoiar a proposta apresentada.

As críticas da oposição criam um desafio político para o Partido Liberal minoritário de Carney, que necessita de apenas alguns votos extras ou abstenções para aprovar o orçamento numa votação de confiança.

Contudo, o cenário político para a aprovação do orçamento mudou quando o deputado de Nova Scotia, Chris d’Entremont, renunciou ao grupo parlamentar conservador, declarando que estava a considerar juntar-se aos liberais.