PM moçambicana pede investimento em educação de qualidade às universidades

Maputo, 24 out 2025 (Lusa) – A primeira-ministra moçambicana, Maria Benvinda Levi, pediu hoje às instituições de ensino superior para investirem na qualidade da educação, com foco na ciência e domínio técnico, defendendo ser este o caminho para desenvolver o país.

“A formação do capital humano pelas nossas instituições de ensino superior constitui um imperativo para que, a breve trecho, Moçambique deixe de ser um país subdesenvolvido e se torne um país de renda média/alta”, disse a primeira-ministra, durante uma cerimónia de graduação de estudantes da Universidade Joaquim Chissano (UJC), em Maputo.

A responsável pediu às instituições de formação superior do país para proporcionarem conhecimentos técnico-científicos aos estudantes, apostando no saber-fazer para que sejam competitivos no mercado de trabalho, rumo ao desenvolvimento de Moçambique.

“Para alcançarmos tal desiderato é imprescindível que continuemos a investir na qualidade da nossa educação, pois só com o efetivo domínio da ciência e da técnica, estaremos em condições de tirar maior dividendo do elevado manancial de recursos que o nosso país possui, contribuindo, assim, para melhorar as condições de vida do povo moçambicano”, disse Levi.

A governante frisou que o país necessita de ser autossuficiente em profissionais especializados para responder às exigências do momento, numa altura em que, dada a sua localização geográfica, Moçambique enfrenta ameaças relativas ao terrorismo, pirataria marítima, tráfico transnacional de drogas, de seres humanos e de órgãos.

Além desses fenómenos, Benvinda Levi apontou para desafios relativos a proteção eficiente de fronteiras terrestres, aéreas, lacustres e marítimas, pedindo a UJC e outras instituições de ensino para avançarem com formação de qualidade para responder a esses setores.

“Precisamos de ter profissionais aptos a participar na negociação de contratos nacionais e internacionais em pé de igualdade com profissionais de outras geografias; precisamos de ter quadros capazes de identificar as melhores oportunidades e propostas de aquisição de recursos materiais e financeiros no mercado internacional em condições vantajosas para o país”, indicou a primeira-ministra.

Especificamente aos graduados em Engenharia de Sistemas Informáticos, pela UJC, Levi lembrou que Moçambique atravessa um momento dominado pelas tecnologias, com a Inteligência Artificial (AI) a impor desafios ao país, apelando a estes para desenharem programas que eliminem riscos dessas tecnologias para a humanidade e o país.

“Se, por um lado, a Inteligência Artificial pode constituir um instrumento impulsionador do desenvolvimento das sociedades, por outro pode representar uma verdadeira ameaça à ética e à verdade na esfera dos média onde ocorrem notícias falsas e outras fraudes informáticas nas suas formas mais subtis”, alertou a primeira-ministra.

PME // VM

Lusa/Fim