
Paris, 22 out 2025 (Lusa) – O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu hoje a aceleração do reforço de segurança no Museu do Louvre, três dias depois do roubo de oito jóias da coroa francesa por um grupo de quatro ladrões.
Na reunião do Conselho de Ministros de hoje, presidida por Macron, o chefe de Estado francês declarou que “estavam a ser implementadas medidas de segurança no Louvre e solicitou a aceleração” das mesmas, referiu a porta-voz do Governo, Maude Bregeon, numa conferência de imprensa.
“O Presidente da República está consciente da emoção, incompreensão e indignação que [o roubo] pode ter gerado entre alguns franceses e dos desafios que isso acarreta, solicitando que apresentemos medidas para acelerar a sua implementação”, observou Bregeon.
A porta-voz do Governo observou, no entanto, que “risco zero não existe” e que as autoridades estão conscientes de que a operação de reforço de segurança “leva tempo”.
A presidente do Louvre, Laurence des Cars, que se manteve em silêncio durante estes dias agitados para o Louvre, vai comparecer esta tarde perante uma comissão do Senado para ser questionada sobre os acontecimentos, as medidas de segurança e o que a instituição está a fazer para evitar que uma situação como esta se repita.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, defendeu-se na terça-feira das críticas às falhas de segurança e, na sessão de supervisão governamental na Assembleia Nacional, disse que “as medidas de segurança do Museu do Louvre funcionaram”.
Dati enfatizou que Des Cars havia encomendado auditorias de segurança em 2022, 2023 e 2024, o que levou a uma série de recomendações que “estão a ser implementadas”, mas argumentou que isso está a demorar devido às regras complexas dos concursos públicos e porque as obras num edifício histórico como o Louvre também estão sujeitas a regras restritivas.
O Ministro do Interior, Laurent Nuñez, também repetiu hoje o relato de Dati, afirmando que o sistema de alarme do Louvre funcionou “corretamente” assim que os ladrões partiram a janela da Galeria Apollo, onde as joias estavam guardadas, e que a polícia chegou ao museu “três minutos” depois.
Apesar disso, Nuñez também repetiu a afirmação do Ministro da Justiça, Gérard Darmanin, sobre o sistema ter fracassado ao não conseguir impedir os ladrões de fugirem com o saque.
Em entrevista à Europe 1 e à CNEWS, Nuñez manifestou a sua “plena” confiança na capacidade dos “mais de 100” investigadores que trabalham atualmente para “encontrar os autores” do assalto de domingo no Louvre.
O ex-chefe da polícia de Paris afirmou que o Departamento Central de Tráfico de Bens Culturais reuniu pistas sobre os suspeitos e que está a ser feito “tudo o que é possível” para recuperar as oito joias da coroa francesa roubadas.
O seu valor tangível foi estimado pelo Museu do Louvre em 88 milhões de euros, informou na terça-feira o Ministério Público de Paris, mas o seu valor patrimonial é “inestimável”.
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