As questões dos direitos à terra, os processos judiciais e o legado das escolas residenciais indígenas atraem grande parte da atenção no Canadá, mas há outras questões profundas e fundamentais sobre os direitos e tradições indígenas que sustentam muitas das opiniões dos canadianos.
Novos dados do Angus Reid Institute, uma organização sem fins lucrativos, revelam que os canadianos estão divididos em termos geracionais, políticos e raciais.
A nível de estatuto, cerca de 55% dos canadianos considera que os povos indígenas têm um estatuto único no Canadá, com 68% dos indivíduos que se identificam como indígenas a concordar com isso. No entanto, 45% afirmam que os povos indígenas devem ter o mesmo estatuto que os outros que vivem no Canadá moderno.
As diferenças são ainda visíveis entre os homens, que estão bastante divididos sobre se seria melhor que os povos indígenas se integrassem mais na cultura moderna canadiana, enquanto as mulheres tendem a apoiar que esses grupos mantenham a sua cultura tradicional, se for essa a sua preferência.
Os novos dados apontam ainda a dificuldade de consenso em várias questões, nomeadamente com cerca de três em cada 10 canadianos a afirmarem que o Governo federal está a oferecer financiamento excessivo às comunidades das Primeiras Nações. Em contrapartida, 27% consideram que a dotação atual é insuficiente, enquanto 21% afirmam que, com base no que sabe, o nível de financiamento é adequado.
A única questão que apresenta algum consenso entre os canadianos, incluindo os indígenas, refere-se aos requisitos de auditoria federal ao abrigo da Lei de Transparência Financeira das Primeiras Nações, que estiveram em vigor até 2015. Os entrevistados defendem que estes devem ser restabelecidos.
O Governo federal deixou de exigir que as Primeiras Nações publicassem demonstrações financeiras auditadas em 2015, mas cerca de 82% dos canadianos, incluindo 63% que se identificam como indígenas, afirmam que isso deve ser restabelecido.