PR de Moçaçmbique diz que não há nenhuma vila “ocupada pelos terroristas” em Cabo Delgado

Maputo, 21 ou 2025 (Lusa) – O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, garantiu hoje, em Genebra, que neste momento não há nenhuma vila da província de Cabo Delgado, norte do país, “ocupada pelos terroristas”, destacando melhorias “relativas” da situação.

“Neste momento, que estamos aqui a falar, não há nenhuma vila da província de Cabo Delgado que está ocupada pelos terroristas, o que quer dizer que, comparativamente aos tempos em que antes nos encontrávamos, a situação melhorou relativamente”, disse o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, em conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita de três dias a Genebra, capital da Suíça, a convite da Organização Mundial de Meteorologia.

Apesar disso, o chefe de Estado moçambicano reconheceu que a situação ainda é problemática, uma vez que os insurgentes continuam a fazer ataques “esporádicos” em algumas aldeias de Cabo Delgado, referindo que “o que não se sabe é quando é que vai terminar”.

“O que temos estado a fazer neste momento é continuar a combater no terreno, através das nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS), continuar a combater o terrorismo com apoio das nossas forças do Ruanda, também com as forças de Tanzânia, ao longo da fronteira entre a Tanzânia e Moçambique”, disse o Presidente moçambicano. 

Anteriormente, segundo Chapo, os insurgentes estavam em todas as vilas da zona norte de Cabo Delgado, principalmente Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, Nangade e a vila sede do distrito de Palma. 

Só em agosto, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 44 pessoas morreram e outras 208 mil foram afetadas pelos ataques de grupos extremistas em Cabo Delgado, província rica em gás e que é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

Desde finais de setembro, dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) estimam que quase 93 mil pessoas fugiram de Cabo Delgado e de Nampula devido ao recrudescimento dos ataques, duplicando o número de deslocados em poucos dias.

O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) contabiliza 6.257 mortos ao fim de oito anos de ataques em Cabo Delgado, alertando para a instabilidade atual.

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