
Guayaquil, Equador, 19 out 2025 (Lusa) – O equatoriano que sobreviveu ao ataque dos Estados Unidos contra um submarino que alegadamente transportava droga no mar das Caraíbas já se encontra no Equador, onde irá enfrentar um processo criminal, confirmou o Governo.
O homem chegou ao país por volta das 11:00 de sábado (17:00 em Lisboa), e foi depois submetido a uma avaliação médica, disse o Ministério do Interior do Equador à agência de notícias EFE.
Após este procedimento, deverá iniciar-se o “o devido processo legal”, acrescentou o ministério, sem adiantar mais detalhes.
No sábado, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que os dois sobreviventes do ataque norte-americano foram devolvidos aos países de origem.
Quatro “narcoterroristas” estavam a bordo do submarino e dois foram mortos, escreveu Trump na rede social que detém, a Truth Social.
“Pelo menos 25 mil norte-americanos morreriam se eu permitisse que este submarino atracasse”, acrescentou o republicano.
Trump disse que os dois sobreviventes estavam “a ser devolvidos aos seus países de origem, Equador e Colômbia, onde serão detidos e levados à justiça”.
O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, confirmou no sábado o regresso ao país de um cidadão, sobrevivente do ataque norte-americano.
“Recebemos com satisfação o colombiano preso no narcossubmarino, estamos felizes por ele estar vivo e será julgado de acordo com as leis”, disse Petro, na rede social X, sem fornecer mais detalhes.
Na sexta-feira, Donald Trump afirmou que o mais recente ataque das forças norte-americanas nas Caraíbas visou um submarino que transportava grandes quantidades de droga.
Os serviços de informação dos EUA “confirmaram que esta embarcação estava carregada principalmente com fentanil e outras drogas ilegais”, acrescentou o Presidente norte-americano, no sábado.
O novo ataque – no âmbito de uma campanha que Donald Trump justifica com o combate ao tráfico de droga – foi, pelo menos, o sexto em águas próximo da Venezuela desde o início de setembro e o primeiro a resultar em sobreviventes resgatados pelos militares norte-americanos.
Desde o início de setembro, estes ataques em águas próximas da Venezuela fizeram pelo menos 27 mortos.
Na quarta-feira, Donald Trump afirmou que naquela zona “o mar está muito bem controlado” e que “certamente” estão a ser avaliados ataques em terra.
Confrontado com uma notícia do New York Times de que tinha autorizado operações secretas da CIA na Venezuela contra o governo, incluindo “neutralizar” o Presidente Nicolás Maduro, Trump não negou.
No Congresso, os democratas alegam que os ataques violam o direito norte-americano e a legislação internacional e alguns congressistas republicanos têm procurado mais informações junto da Casa Branca sobre a justificação legal e os detalhes dos ataques.
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