Presidente dos EUA comuta pena de ex-deputado republicano condenado por fraude

Nova Iorque, 18 out 2025 (Lusa) – O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a comutação da pena e libertação do ex-deputado republicano George Santos, condenado em abril a mais de sete anos de prisão por fraude.

Numa publicação, na sexta-feira, na rede social que detém, a Truth Social, Trump escreveu que “George Santos é de facto um ‘bandido’, mas há muitos bandidos no nosso país que não são obrigados a cumprir sete anos de prisão”.

O republicano de Nova Iorque, filho de imigrantes brasileiros, que atuou no Congresso por apenas um ano antes de ser expulso, em 2023, declarou-se culpado no verão de 2024 por fraude eletrónica federal e roubo de identidade agravado.

O ex-político admitiu ter enganado doadores e roubado as identidades de quase uma dúzia de pessoas, incluindo membros de sua família, para financiar a sua campanha vitoriosa.

Como parte de um acordo judicial, Santos, de 37 anos, concordou em pagar cerca de 580 mil dólares (cerca de 510 mil euros) de indemnizações.

Santos “passou longos períodos em confinamento solitário e, segundo todos os relatos, foi tratado de forma terrível. É por isso que acabei de assinar uma comutação da sua pena, libertando George Santos da prisão IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, e desejo-lhe uma boa vida!”, escreveu Donald Trump.

A partir de uma prisão de segurança mínima, onde estava há menos de três meses, Santos tinha escrito artigos para o jornal The South Shore Press.

No último, publicado na segunda-feira, Santos apelou diretamente a Donald Trump, mencionando a sua lealdade à agenda do presidente e ao Partido Republicano.

“Senhor, apelo ao seu sentido de justiça e humanidade — as mesmas qualidades que inspiraram milhões de norte-americanos a acreditar em si”, escreveu.

“Peço humildemente que considere a dor e as dificuldades invulgares deste ambiente e me conceda a oportunidade de regressar à minha família, aos meus amigos e à minha comunidade”, acrescentou Santos.

Os advogados de Santos tinham pedido uma pena de dois anos de prisão, que é a sentença mínima obrigatória para roubo agravado de identidade.

A defesa do republicano argumentou que essa pena é comparável às sentenças aplicadas ao ex-deputado Jesse Jackson Jr. e a outras figuras políticas condenadas por crimes financeiros semelhantes.

Santos foi eleito em 2022, mudando um distrito rico que representa partes do Queens e de Long Island para o Partido Republicano.

Logo depois, foi revelado que o desconhecido político tinha fabricado grande parte da história da sua vida, apresentando-se como um empresário bem-sucedido que trabalhava em empresas de prestígio de Wall Street e possuía um valioso portfólio de imóveis.

Na realidade, Santos estava com dificuldades financeiras e chegou a ser despejado. As revelações levaram a investigações criminais e do Congresso sobre como tinha financiado sua campanha.

Este é o mais recente ato de clemência de Trump para com antigos políticos republicanos desde que retomou a Casa Branca, em janeiro.

No final de maio, Trump perdoou o ex-deputado Michael Grimm, um republicano de Nova Iorque que, em 2014, se declarou culpado de fraude fiscal ligada a um restaurante que geria em Manhattan.

O Presidente perdoou ainda o ex-governador do estado de Connecticut (nordeste), John Rowland, cuja carreira política foi abalada por um escândalo de corrupção e duas condenações criminais.

VQ (ATR) // VQ

Lusa/Fim