Balança comercial moçambicana melhora 9,8% apesar de défice de 465 ME em três meses

Maputo, 16 set 2025 (Lusa) – O défice da balança comercial de Moçambique recuou 9,8% no primeiro trimestre do ano, em termos homólogos, para 546,2 milhões de dólares (465 milhões de euros), segundo dados do banco central.

“Este resultado deveu-se, essencialmente, à melhoria do défice da Conta Corrente (CC) em 15,7%, para o montante de 580,1 milhões de dólares [494 milhões de euros]”, refere o relatório do documento do Banco de Moçambique sobre a balança de pagamentos do primeiro trimestre de 2025, a que a Lusa teve hoje acesso.

Acrescenta que o abrandamento do défice da CC “decorre, fundamentalmente, da redução do saldo negativo da conta de bens em 91,8%, justificada pelo aumento das exportações em 4,8%, perante o decréscimo das importações em 7,3%”.

O recuo do défice da CC resultou ainda da diminuição do saldo negativo da conta de rendimentos primários, em 18,9%, para 459,3 milhões de dólares (391 milhões de euros), refletindo a redução nos rendimentos de investimento em 19,8%, “devido ao decréscimo na exportação de capitais por parte dos Grandes Projetos (GP), quer sob a forma de lucros e dividendos, quer de juros aos investidores diretos”.

Já a conta financeira registou, ainda no primeiro trimestre, um influxo de recursos de 612 milhões de dólares (521 milhões de euros), uma redução homóloga de 27%, justificada pelo aumento da aquisição de ativos líquidos em quase 1.102 milhões de dólares (937,5 milhões de euros), “sob a forma de Outro Investimento, com recurso a instrumentos de dívida”.

“Destacam-se, neste âmbito, as transações dos GP, que registaram um incremento de 355,8 milhões de dólares [303 milhões de euros], num contexto em que os fluxos financeiros sob a forma de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) aumentaram para cerca de 1.626 milhões de dólares [1.385 milhões de euros]”, lê-se ainda.

Com este desempenho, aponta o relatório, a posição “devedora líquida” da economia moçambicana em relação ao resto do mundo aumentou no primeiro trimestre 604 milhões de dólares (514 milhões de euros), face ao final de dezembro de 2024, para 71.412 milhões de dólares (60.813 milhões de euros) no final de junho.

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