Moçambicana LAM renova contrato com gestor por quatro anos em regime de exclusividade

Maputo, 15 set 2025 (Lusa) – A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) anunciou hoje a renovação do contrato, em regime de exclusividade, com o presidente da comissão de gestão da companhia, Dane Kondic, por quatro anos, após a polémica na contratação pela concorrente do Botsuana.

Em conferência de imprensa hoje, em Maputo, sobre a reestruturação da companhia aérea, o presidente do conselho de administração da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Agostinho Langa, que integra o conselho de administração não executivo da LAM, disse que o contrato foi renovado por quatro anos, apontando que o gestor vai estar dedicado exclusivamente à LAM.

“Além do compromisso com a LAM, houve aquele propalado compromisso com a Botsuana Air que ele tinha que rescindir esse contrato, mas tinha outros compromissos também na Austrália”, pelo que lhe foi dito que “tinha que rescindir esses outros compromissos”, disse o PCA dos CFM, Agostinho Langa.

“Isso significava também ele prescindir de alguns ganhos, algumas receitas próprias que ele tinha e na negociação tínhamos que também tomar em considerar isso, levámos alguns dias, mas está o contrato assinado”, acrescentou.

Dane Kondic foi nomeado em maio presidente da comissão de gestão da LAM, mas no final de junho foi conhecida a sua nomeação, também, para o cargo de presidente do conselho de administração da companhia Air Botsuana, segundo anunciou a transportadora daquele país.

Dane Kondic tem dupla nacionalidade (sérvia e australiana) e, entre outros cargos em transportadoras aéreas de vários países, já foi presidente do conselho de administração da portuguesa euroAtlantic.

Em maio foi também aprovada a nomeação de um conselho de administração não executivo, composto por representantes das três empresas estatais que este ano passaram a ser acionistas da LAM, Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (Emose).

A companhia moçambicana LAM enfrenta há vários anos problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves, estando atualmente num profundo processo de reestruturação.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, disse, em 28 de abril, que há “raposas e corruptos” dentro da LAM, com “conflitos de interesse” que impediram a reestruturação da companhia nos primeiros 100 dias de governação, incluindo o objetivo de adquirir nesse período três aeronaves.

A crise levou a companhia a deixar praticamente de realizar voos internacionais já este ano, concentrando-se nas ligações internas.

Para minimizar os recorrentes problemas com cancelamento de voos, a companhia pretende adquirir cinco aeronaves Boeing 737-700 e avançou, enquanto aguarda esse processo, com um concurso para alugar outras cinco.

Em média, a LAM tem atualmente um universo de 915 passageiros diários para destinos nacionais e regionais.

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