Presidente venezuelano convoca reservistas, milicianos e jovens aos quartéis

Caracas, 13 set 2025 (Lusa) – O Presidente venezuelano chamou reservistas, milicianos e jovens aos quartéis para receberem treino militar, reagindo ao envio de navios de guerra norte-americanos para o Caribe, que Washington descreve como operação antidroga e Nicolás Maduro considera uma “ameaça”.

“No sábado (…) o povo, os milicianos, os reservistas e os jovens (…) vão aos quartéis para receber formação e aprender nos campos de tiro a atirar em defesa da pátria”, declarou Maduro na sexta-feira à noite, durante uma cerimónia televisiva perante os jovens do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

“Todos os venezuelanos que se alistaram e são reservistas e membros das milícias vão para os quartéis militares”, disse, alguns minutos depois de dançar e cantar num ambiente festivo.

“Somos um povo decente, alegre, mas somos um povo de guerreiros orgulhosos (…). Temos o mais alto nível de mobilização e preparação profissional”, continuou.

Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido presidente Hugo Chávez, assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25.000 membros das forças armadas para as fronteiras.

A Administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, enviou navios, aviões e outras forças militares para as Caraíbas em nome da luta contra os cartéis de droga, provocando fortes tensões com a Venezuela.

No último destes anúncios, Washington deu conta do reforço da presença militar na região com o envio de dez caças furtivos F-35 para Porto Rico.

Washington acusa o Presidente venezuelano de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou a recompensa pela sua captura para 50 milhões de dólares.

Na semana passada, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um “barco que transportava drogas”, matando 11 “narcoterroristas”.

Trump identificou os mortos como membros do cartel Tren de Aragua, um grupo criminoso venezuelano estabelecido em vários países e classificado por Washington como organização terrorista.

Nicolás Maduro denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o narcotráfico.

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