Preços em Moçambique subiram 0,68% em agosto após quatro meses de deflação

Maputo, 11 set 2025 (Lusa) – Os preços em Moçambique aumentaram 0,68% em agosto, após quatro deflações mensais consecutivas, com a inflação homóloga a subir para 4,79%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de agosto do INE indica que Moçambique “registou um aumento de preços na ordem de 0,68%” face a julho, influenciado pelo setor da alimentação e bebidas não alcoólicas, ao contribuir no total da variação mensal com 0,63 pontos percentuais negativos.

“Desagregando a variação mensal por produto, é de destacar o aumento de preços do peixe seco (30,2%), do milho em grão (11,3%), do alho (20,3%), da batata-reno (9,9%), do camarão seco (6,3%), do quiabo (10,2%) e de sumos de fruta (1,2%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,69 pontos percentuais positivos”, lê-se.

Moçambique registou antes oito recuos mensais no índice dos preços ao consumidor, em menos de um ano e meio, quatro dos quais entre abril e julho.

O INE refere igualmente que, quando comparado com 2024, o IPC indica uma subida de preços homóloga em agosto de 4,79% (3,96% em julho), influenciada sobretudo pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, bem como da relativa a restaurantes, hotéis, cafés e similares, que aumentaram num ano 11,91% e 9,01%, respetivamente.

A inflação acumulada de 2024, segundo dados anteriores do INE, fixou-se nos 4,15%, que compara com os 5,3% de 2023, mas abaixo do pico de quase 13% atingido em julho de 2022.

O Governo prevê que Moçambique feche 2025 com uma inflação em torno de 7%.

O Banco de Moçambique estima que a inflação anual vai continuar a desacelerar nos próximos meses, refletindo a recente decisão de isentar de IVA alguns produtos básicos e reduzir em até 60% as tarifas de portagens.

“No curto prazo, prevê-se a manutenção da tendência para desaceleração da inflação anual, a refletir o impacto da isenção do IVA nos produtos básicos (açúcar, óleo alimentar e sabão), o ajustamento em baixa das tarifas de água e portagens e a queda dos preços de alimentos no mercado internacional, num contexto de estabilidade do metical”, lê-se no relatório de Conjuntura Económica e Perspetivas de Inflação, noticiado anteriormente pela Lusa.

No documento, aponta-se ainda que o habitual inquérito aos agentes económicos “corrobora as perspetivas de desaceleração da inflação anual”, já que as expetativas macroeconómicas dos agentes económicos reveladas no estudo de maio “apontam para uma inflação anual de 4,90% em dezembro de 2025, o que representa uma revisão em baixa de 3 pontos base face às expetativas divulgadas no inquérito de abril”.

“Contudo, persistem riscos e incertezas consideráveis, de natureza sobretudo interna, que impõem desafios à manutenção deste cenário, com destaque para os impactos do crescente agravamento da situação fiscal, a incerteza quanto à velocidade de recuperação da capacidade produtiva e de oferta de bens e serviços, assim como os efeitos dos choques climáticos”, acrescenta o relatório.

PVJ // APL

Lusa/Fim