
Pemba, Moçambique, 09 set 2025 (Lusa) – As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas já expulsaram os supostos terroristas que atacaram no domingo a vila sede de Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, matando quatro pessoas, avançaram as autoridades locais.
“Foram eles [as FDS] que expulsaram o inimigo, se não fosse isso, eram capazes de permanecer na vila. Então, a força se apercebeu e correram para lá todos os jovens unidos, uns de um lado para o outro, começaram a franquear e a abrir fogo, aí é que os insurgentes abandonaram o sítio correndo”, disse o administrador do distrito da Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano, em declarações à comunicação social.
Pelo menos quatro pessoas foram mortas e uma viatura incendiada após supostos terroristas entrarem a disparar na vila sede de Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, disseram à Lusa fontes locais.
Segundo as fontes, o ataque aconteceu por volta das 23:00 (22:00 de Lisboa) de domingo, feriado do dia da Vitória em Moçambique, após supostos terroristas entrarem a disparar de forma indiscriminada contra civis, no bairro Filipe Nyusi, arredores da vila do distrito de Mocímboa da Praia.
O administrador distrital confirmou as quatro mortes, referindo que já foi restabelecida a ordem naquela região, com as autoridades moçambicanas a perseguir os supostos terroristas que atacaram a vila.
A província de Cabo Delgado regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes desde julho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia.
Na segunda-feira, a Lusa noticiou também que pelo menos seis pessoas foram mortas e campos agrícolas saqueados durante um ataque de supostos terroristas, no distrito de Muidumbe, ocorrido no sábado.
Segundo fontes locais, trata-se de camponeses que foram surpreendidos por rebeldes à luz do dia de sábado, durante atividades em campos agrícolas, em Lipélwa, zona baixa de Muidumbe.
Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 208 mil foram afetadas, em julho, pelos ataques de grupos extremistas em distritos de Cabo Delgado, província moçambicana que enfrenta a insurgência armada desde 2017, avançou na sexta-feira uma agência da ONU.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques, no norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.
PME (RYCE) // VM
Lusa/Fim