
Apesar das restrições mais rigorosas aos antibióticos utilizados na apicultura canadiana, as taxas de mortalidade das abelhas continuam a aumentar.
Um novo estudo liderado por investigadores da Universidade de Guelph, publicado na revista Nature Sustainability, é o primeiro projeto em grande escala a avaliar as tendências de utilização de antibióticos e o seu impacto na saúde das abelhas melíferas no Canadá.
A retirada de antibióticos, na sequência de alterações recentes à regulamentação, foi um dos principais fatores de previsão da mortalidade das abelhas durante o inverno – um resultado que surpreendeu o autor principal, Brendan Daisley.
Usando dados de pesquisas nacionais, os pesquisadores investigaram mais de 700 mil colónias de abelhas melíferas por ano entre 2015 e 2023. As perdas de colónias variaram por província, mas a mortalidade no inverno aumentou de uma média de menos de 20% para mais de 40%. No entanto, o uso de antibióticos caiu para metade, diminuindo de aproximadamente 50% para 25% a nível nacional.
Durante o período estudado, em 2018, um novo quadro apresentado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e adotado pelas agências dos Estados Unidos da América (EUA) e do Canadá diminuiu o acesso sem receita médica a determinados antibióticos apícolas.
Isso foi feito para combater a resistência antimicrobiana (RAM) – a crescente resistência a antibióticos que torna as doenças infecciosas mais difíceis de tratar. A RAM é uma das 10 principais ameaças públicas que a humanidade enfrenta, segundo a OMS.
